sexta-feira, 30 de maio de 2008
quinta-feira, 29 de maio de 2008
Cheira a esturro...
Os pescadores franceses já se começaram a manifestar esta semana. Os portugueses e espanhóis vão começar amanhã uma greve por tempo indeterminado.
Os agricultores ameaçam não cultivarem as terras...
E o nosso ministro da Economia diz que: “Existe uma situação de “especulação verdadeiramente selvagem” mas por outro lado afasta a hipótese da diminuição de impostos para minimizar problemas (Lusa).
“A revolta é grande e, poucas horas antes do início de uma greve geral com tempo indeterminado, os pescadores avisam que a mobilização tem de ser forte, para que sejam encontradas soluções. Ainda que não haja um grande historial de paralisações neste sector, a crise serve de motivação para a luta.”
«Nesta altura todas as situações estão em aberto e, se for preciso, fechamos portos e cortamos estadas», revelou António Macedo, do Sindicato dos Pescadores do Norte, respondendo a um apelo feito pelo seu colega da Galiza, Xabier Aboi, que também se prepara para iniciar uma paragem das embarcações a partir de dia 30: «Não é tempo de ficarmos em casa ou rezarmos uma missa. É altura de sair para a rua e paralisar, impedindo até as importações, que muitas vezes são transportadas por terra e pelo ar de outros países».
Parece-me que tudo isto já começa a “cheirar a esturro”... e que não vai acabar bem!...
terça-feira, 27 de maio de 2008
RTP1 - o apeadeiro do PS.
Ontem tive a pachorra de assistir às “Notas Soltas” na RTP1. Não é que fizesse muita questão disso mas queria saber das últimas do nosso “Yeti” português – António Vitorino.
Duma figura como esta (Mestre em Direito e Ciências Politicas, juiz do Tribunal Constitucional, Deputado Europeu e outras coisas mais que não vêm nos jornais...) esperava-se alguma sensatez na avaliação da conjuntura nacional e internacional. Sinceramente meteu-me “nojo”!...
Nós já sabemos que a RTP1 é o “veículo” pelo qual o PS faz “transportar” as suas mensagens aos portugueses mas... podia ser um pouco mais... como direi... “discreta” e não tão “descaradamente governamentalista”...
Quando questionado com o aumento dos preços dos combustíveis o nosso “yeti” defendeu com argumentos “falaciosos” a não descida do Imposto sobre os mesmos. O argumento é o de que através do congelamento dos preços dos transportes e o aumento do abono de família ficariam os portugueses, que não andam de carro diariamente, menos penalizados ao contrário dos outros. “Pêra aí!... – como diria Jô Soares – Essa eu quero aplaudir!”.
Então o resto dos aumentos que sobrevêm com o aumento dos combustíveis? (principalmente os bens essenciais?...)
O homem quer fazer de nós burros ou anda a comer “feno às carradas”?
A propósito do SNS (Serviço Nacional de Saúde) que foi uma das conquistas sociais mais importantes que se seguiu ao 25 de Abril ouvi daquela boca umas “barbaridades” que mais pareciam vir da direita conservadora que de um representante socialista. Do PSD, do CDS eu ainda entendo. Agora dum representante do PS... essa não!...
Convém relembrar ao nosso “yeti” quais os princípios do socialismo:
segunda-feira, 26 de maio de 2008
quarta-feira, 21 de maio de 2008
Comboio de "camelos"
A gasolina sobe, sobe como o balão, e o Governo fica a olhar como um vulgar basbaque.
Nem todos. O ministro da Economia, para o não tomarmos por papalvo, recorreu aos seus extraordinários poderes que lhe foram conferidos pelo povo e anunciou que ia “mandar investigar” o mistério pela Autoridade da Concorrência. Por que é que a gasolina e o gasóleo estão tão caros, por que é que sobem todos os dias, por que é que, porque é que, por que é que há tantas perguntas a que nem um ministro da Economia consegue dar resposta?
Não sendo nem ministro nem autoridade em coisa nenhuma, atrevo-me no entanto a adiantar uma resposta à curiosidade ministerial. A gasolina e o gasóleo sobem porque o preço do petróleo não pára de subir à saída do poço. Dou esta informação de borla ao Governo, embora ela me tenha custado os 90 cêntimos que dei pelo jornal de ontem. Espero pelo menos uma comenda no próximo 10 de Junho por este serviço prestado ao esclarecimento da perplexidade ministerial. O que esta informação não esclarece, no entanto, é por que é que a gasolina e o gasóleo são tão caros. E adianto uma teoria: a gasolina e o gasóleo são tão caros não porque o petróleo seja caro, mas porque mais de metade do dinheiro que pagamos por um litro de combustível vai direitinho para os cofres do Estado. Não vai para o dono da bomba de gasolina. Não vai para a Galp ou Petrogal. Não vai para um xeique árabe sentado debaixo da palmeira a olhar os euros que nos saem do bolso a pingar na sua conta secreta na Suíça. Não. A maior parte do dinheiro que pagamos pelos combustíveis vai para o Imposto sobre Combustíveis, sobre o qual ainda incide o IVA. Vai direitinho para a Direcção-Geral de Contribuições e Impostos. Para o senhor ministro das Finanças. Para saber por que é que a gasolina está tão cara o ministro da Economia não precisava de mandar investigar. Bastava perguntar ao seu colega do lado.
De cada vez que o preço do barril de petróleo sobe ganham os donos do petróleo e ganha o Governo. Um barril de petróleo bruto tem à volta de 160 litros o que dá por litro, se não aumentou entretanto, 50 cêntimos. Do euro de diferença, uma parte muito pequena fica nas refinarias e nos distribuidores. O grosso vai para o Governo, que arrecada por litro mais ou menos o que arrecada o xeique. E não há nada a fazer. Precisamos de gasolina e gasóleo porque precisamos de transportes motorizados. O Governo é que anda montado em nós, os novos camelos.
Esta crónica de José Júdice levanta-me algumas questões com as quais quero reflectir, um pouco, convosco.
Ele diz que o grosso do aumento da gasolina e do gasóleo vai para o Estado no imposto que sobre eles recaem. Nós todos já sabemos isso através dos vários comentários de economistas. Mas também sabemos dos lucros que as gasolineiras têm anualmente. E os Bancos... e as Seguradoras... e os “Grupos” SONAE, Portugal Telecom, etc., etc., etc...
Ou seja... ganham (quase) todos. Quem é que realmente perde? O “Zé Povinho”. Somos nós que aguentamos todo e qualquer aumento. Ou seja o “capital” nunca perde...
Mas já nos fizeram saber que os aumentos não vão ficar por aqui. O “efeito dominó” vai-se reflectir no aumento dos transportes que por sua vez se reflecte no preço dos bens essenciais e por “aí fora”...
O “fosso” que se está a cavar entre pobres e “muito ricos” é cada vez maior.
O “Zé” vai apertando. A questão está em saber até quando vai aguentar...
terça-feira, 20 de maio de 2008
Baptista Bastos... um dos últimos dinoussauros.
(Jornal Negócios 16/05/2008)
Ler Baptista Bastos é uma "delícia" para mim e, se calhar, para uns milhões de portugueses. Ele põe, como se costuma dizer, o "dedo na ferida". A única pena que tenho é haverem tão poucos jornalistas com a "coragem" dele...
Devo dizer aos meus Dilectos que sou ouvinte atento do Rádio Clube Português. Os seus profissionais não nos tratam como beócios, procuram suscitar a reflexão de quem os escuta, propõem questões fundamentais do nosso viver, e manifestam uma activa curiosidade pela realidade quotidiana. Gosto, especialmente, do programa da manhã, no qual João Adelino Faria comanda as operações de informação.
Há dias, um grupo de preopinantes comentava qualificações profissionais, globalização e capitalismo. Redimo-me do facto de não ter atendido à totalidade do programa. No entanto, um dos intervenientes, às páginas tantas, afirmou que os trabalhadores portugueses não sabiam o que era o capitalismo. E acentuou que, num país cujo nome me escapou, os trabalhadores possuíam um conhecimento tão profundo do sistema que até jogavam na bolsa.
O mundo do trabalho pode não saber o substrato do capitalismo, mas sente-o na pele. Quanto à circunstância de haver trabalhadores, “em um país além”, que jogam na bolsa e, por isso, conhecem o capitalismo e os seus objectivos – bom, aí, a afirmação parece-me, pelo menos, exagerada.
A crítica ao capitalismo está por fazer. Marx deu pistas importantes, e mesmo Max Weber (tido como o anti-Marx) estudou o “perigo da razão técnica” contido no bojo do sistema. Escreve: “Juntamente com a máquina sem vida [a organização burocrática do capitalismo], está a realizar o labor de construir a morada da escravidão do futuro, na qual talvez os homens se vejam, um dia – como os felás no Estado egípcio antigo –, forçados a submeterem-se, impotentes, à opressão, quando uma administração puramente técnica e boa, isto é: racional, uma administração e provisão de funcionários chegue a ser para eles o último e único valor, o valor que decide sobre a solução dos seus assuntos.”
Marcuse, que estudou profundamente o sociólogo, economista e filósofo, e Pierre Bourdieu, que o comentou, não se eximem a admitir a sua grandeza, adiantando a urgência e a necessidade de se restabelecer (hoje mais do que nunca) o diálogo de Weber e Marx como matéria fundamental de reflexão. A verdade é que as novas propostas do capitalismo não têm encontrado a resposta política e filosófica adequada. O socialismo, pelo contrário, suscita violentos ataques, amiúde irracionais, ocasionalmente interessantes, sem que a base das coisas seja aprofundada como merece.
A globalização é um dado adquirido. A unilateralidade do processo deu origem a uma brutalidade que, por vezes, atinge a selvajaria. Só não vê quem não quer. Os retrocessos sociais são impressionantes. E a derrota dos conceitos de Esquerda absolutamente notórios. Mas a Esquerda ou mais bem dito: as Esquerdas toldam-se numa falácia discursiva de discutíveis efeitos práticos. Há um discurso mole, por repetitivo. A tendência dos partidos socialistas e sociais-democratas para a “modernização” conduziu-os a um vazio inobjectivo, que determina a desconfiança dos seus adeptos. Em Portugal, os traços mais dramáticos dessa ausência de reflexão (poderia dizer: dessa capitulação ideológica) encontram-se representados num PS que deixou de ser “socialista” e num PSD que nunca foi “social-democrata”. Eis as mentiras da verdade no seu inteiro esplendor.
Há um corte nítido entre a História e os pretendidos protagonistas. Porém, as agressões do neoliberalismo, reflexo da globalização, não podem continuar. A unilateralidade deixará de o ser, quando as organizações sindicais se federarem. As crises serão periódicas e atingirão aspectos nunca vistos ou, sequer, admitidos. Weber abordou a questão no seu famoso “Economia e Sociedade”, texto que, creio, não está traduzido e editado em Portugal. “Nada do que está existirá, porque o sempre renovado compromisso com as exigências do dia adquirirá formas até então desconhecidas.”
O capitalismo triunfante nunca promete nada, ao contrário do socialismo, que tudo garante e pouco cumpre. E existe um outro problema: o de tempo. O período de aceleração em que vivemos não tem paralelo com outro qualquer da História. Em Portugal, as coisas são mais graves. Os maciços estragos culturais, intelectuais e morais provocados pelos trezentos anos de Inquisição, os cinquenta anos de fascismo e a ascensão de uma inacreditável casta de medíocres causaram intensa perturbação, inclusive nos nossos comportamentos. Como escreveu Edgar Morin: “Não chegamos a tomar consciência do presente. Sofremos o problema do atraso inevitável da consciência sobre o vivido, acentuado pela velocidade e pela complexidade.”
Os processos de decomposição social e política a que assistimos têm a ver com a inexistência de uma recomposição civilizacional que pudesse pôr cobro ao descalabro. Como é previsível, a resposta será brutal, acaso mais brutal do que a brutalidade do sistema triunfante e vigente. Mas as coisas não podem ficar como estão. Há uma urgência no dizer e no reflectir o novo, desprezando a falsa “modernidade” redutora e agressora. Até lá – leiamos, pensemos e discutamos.
sexta-feira, 16 de maio de 2008
Um comboio chamado "Bush"...
quinta-feira, 15 de maio de 2008
O principio e... o fim.
Vale a pena perder (ganhar) algum tempo a ver este video. A "história" do homem e da sua acção neste nosso planeta."A História das coisas".
quarta-feira, 7 de maio de 2008
O comboio da violência do méstica.
Pelo menos 17 mulheres morreram este ano devido a violência doméstica e 11 sobreviveram a tentativas de homicídio neste contexto. Os dados foram avançados pela União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), que realça que são apenas resultados preliminares, contudo, mostram um aumento dos homicídios no contexto de violência doméstica, em relação ao ano anterior.
(DN 6 de Maio de 2008)
As crianças são também elas um grupo vulnerável devido a falta de meios físicos, psicológicos e materiais. Com este tipo de crimes é assim negado o estatuto consagrado internacionalmente de defesa, o qual protege os direitos das crianças. Estas vítimas sofrem muitas vezes de vitimação indirecta, já que são quase sempre as únicas testemunhas das agressões dos progenitores. A violência exercida contra as crianças é muitas vezes entendida como um castigo ou uma repressão, existindo portanto uma barreira muito pouco definida entre a violência e o castigo. Quase sempre os agressores, os quais são geralmente os progenitores, não encaram a violência que exercem aos filhos como violência mas sim como um controlo inerente aos seus papéis de pais. Tendo portanto aos seus olhos o direito de castigar e reprimir. Esta maneira de entender a violência entre pais e filhos é ainda hoje muito comum na sociedade.
Por fim o autor aponta os idosos, uma vez que devido a sua dependência e debilidade, à falta de autonomia, e à pouca consciência dos actos em que estão envolvidos, ou até mesmo devido à precariedade económica em que a maioria vive, são um “alvo fácil”.
Nas sociedades actuais tem vindo a aumentar a esperança média de vida, o que consequentemente acarreta encargos para as famílias que têm um idoso, encargos que são geralmente um motivo de conflitos.
Neste contexto surge um outro tipo de violência: a violência financeira, que é traduzida pela retenção de pensões e reformas dos idosos, ou até mesmo o roubo ou a utilização dos bens materiais dos idosos por parte dos familiares sem que estes tenham conhecimento.
Autor: Trabalho de estudante elaborado por Sandrina Lobito no âmbito do esquema pedagógico da cadeira de sociologia do direito (licenciatura em sociologia, 3º/4º ano), no ano académico 2005-2006.
segunda-feira, 5 de maio de 2008
O Comboio da globalização.
O ex-primeiro-ministro e actual alto-comissário das Nações Unidas para os Refugiados alertou hoje para situações de crise global, considerando que, “da maneira como a comunidade internacional está a olhar para o mundo, não iremos longe”.
João Marco Pinhão | destak@destak.pt (5 de Maio de 2008)
Segundo a agência noticiosa Lusa, António Guterres mostrou-se preocupado com a subida do preço dos alimentos, da energia, a desaceleração da economia mundial, “que se faz sentir sobretudo nos mais pobres” e as alterações climáticas.
À margem de uma visita ao Fundão e à aldeia das Donas, onde passou parte da sua infância, onde hoje foi homenageado pela Câmara e Junta de Freguesia locais, António Guterres não escondeu a sua preocupação com actual crise mundial. Tudo isto a par de conflitos “no Afeganistão, Iraque, Palestina, Sudão". "E esperemos que não no Líbano”, acrescentou.
«Há uma série de ameaças que já se concretizaram ou estão como uma espada sobre as nossas cabeças e que nos devem levar a pensar como é possível olhar para o mundo de outra maneira», referiu o alto-comissário, onde acrescenta: «Pela maneira como estamos, como a comunidade internacional está a olhar para o mundo, não iremos longe.»
Assimetria de classes
“O fosso entre ricos e pobres é um dos problemas mais dramáticos da globalização”, exacerbou, recordando que foi na infância nas Donas que primeiro tomou consciência de desigualdades sociais.
Há quanto tempo sabemos(eles ainda sabem melhor que nós...) que isto iria acontecer?
A quem interessa que a situação se mantenha assim?
Porque razão desejaram "eles" tornar o mundo cada vez mais desigual?
A foto é do comboio de Auschwitz. Afinal os "monstros" não acabaram...
sexta-feira, 2 de maio de 2008
Como explica isto Sra. Ministra da Saúde?
Em seis dias, um oftalmologista espanhol realizou 234 cirurgias a doentes com cataratas no Hospital Nossa Senhora do Rosário, no Barreiro, num processo que está a " indignar " a Ordem dos Médicos.
Os preços praticados são altamente concorrenciais, tendo sido esta a solução encontrada pelo hospital para combater a lista de espera. O paciente mais antigo já aguardava desde Janeiro de 2007, tendo ultrapassado o prazo limite de espera de uma cirurgia.
No ano passado chegaram a existir 616 novas propostas cirúrgicas em espera naquela unidade de saúde.
Os sete especialistas do serviço realizaram apenas 359 operações em 2007 (cerca de 50 por médico num ano).
No final do ano passado, a lista de espera era de 384 e foi entretanto reduzida a 50, com a intervenção do médico espanhol.
A passagem pelo Barreiro durante o mês de Março - onde garante regressar nos próximos dois anos, embora o hospital não confirme - foi a segunda experiência em Portugal do oftalmologista José Antonio Lillo Bravo, detentor de duas clínicas na Extremadura espanhola - em Dom Benito (Badajoz) e Mérida.
Entre 2000 e 2003 já havia realizado 1500 operações no Hospital de Santa Luzia, em Elvas, indiferente às "críticas" de que diz ter sido alvo dos colegas portugueses. " Eu percebo a preocupação deles e sei porque há listas de espera tão grandes em Portugal. É que por cada operação no privado cobram cerca de dois mil euros " , diz ao Diário de Notícias o oftalmologista espanhol, inscrito na Ordem dos Médicos portuguesa, que cobrou 900 euros por cada operação realizada no Barreiro.
As 234 cirurgias realizadas no Barreiro, por um total de 210 mil euros, foi o limite possível sem haver necessidade de abrir concurso público internacional, sendo que o médico fez deslocar a sua equipa e ainda o microscópio e o facoemulsificador.
O hospital disponibilizou somente um enfermeiro para prestar apoio.