sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Não há almoços grátis...


"Vira o disco e toca o mesmo!..."

"Meia-Hora" de 27 de Fevereiro 2009


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Socialistas admitem erro no Código do Trabalho

Parlamento. Maioria vai corrigir diploma
Socialistas admitem erro no Código do Trabalho
O PS entregou ontem na Assembleia da República um pedido de rectificação ao Código do Trabalho. Os socialistas assumem, assim, o erro na redacção do diploma - a actual lei laboral revogou parte das coimas previstas no Código anterior, pelo que várias condutas ilícitas não tinham agora qualquer punição prevista. É o caso da segurança, higiene e saúde no trabalho, acidentes de trabalho e doenças profissionais, bem como da formação profissional.
Jorge Strecht, vice-presidente do grupo parlamentar do PS responsável por esta área, admite o que diz ser "um lapso", mas divide responsabilidades: "O que aconteceu é de facto inacreditável. O texto passou pelos olhos de toda a gente, pelos parceiros sociais, pelos deputados, pelos serviços de redacção da Assembleia, pela Presidência da República." O "legislador, como qualquer outra entidade, comete as suas falhas", justifica o parlamentar.

DN de 26.Fev.2009

Mas afinal, pergunto eu, o que é que “todos” deputados estão a fazer na AR?
Como diria Jô Soares (humorista brasileira):
- Eh... pêra aí. Estão mexendo no meu bolso!...


quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

QUARTA-FEIRA DE CINZAS - Vasco Graça Moura


Não estão definidas quaisquer metodologias de aplicação do Acordo Ortográfico nas escolas. Ninguém sabe quais as propostas concretas que terão sido elaboradas para se fazer a transição do actual sistema ortográfico para o próximo. Não há, que se saiba, qualquer estudo realizado por serviços competentes do Ministério da Educação. Não há também qualquer estudo sobre as consequências práticas da aplicação do Acordo no que diz respeito ao ensino de português e das doutras disciplinas. E a ministra da Educação nunca abriu a boca em público sobre estas coisas.A Assembleia da República aprovou um prazo de seis anos para a entrada em vigor do Acordo. É evidente que não pode improvisar-se nesta matéria. Teria de haver especialistas a estudar, a programar e a fasear uma transição. Não consta que tenham sido nomeados. E teria de ser previsto um dispositivo de avaliação cuidadosa e frequente. Não parece que exista.E, todavia, para as luminárias de dois ministérios, o da Cultura e o da Educação, parece que basta a existência de um corrector ortográfico da Priberam para o Acordo Ortográfico começar a ser aplicado no ensino! Não em seis anos, mas em menos de seis meses! Com este Governo é assim: faz-se tudo sobre o joelho e o princípio é sempre o mesmo: "Zás! Meia bola e força!"Sem que tenha sido aberto concurso, aparece uma empresa privada a fornecer ao Estado uma ferramenta informática, ferramenta essa que igualmente não foi ainda nem está para ser, que se saiba, examinada e testada por especialistas. Diz o ministro da Cultura que ela está a ser testada na Imprensa Nacional-Casa da Moeda. Fui administrador da IN-CM durante perto de dez anos e nunca me constou que ela fosse um serviço de análise pedagógica ou didáctica dependente do Ministério da Educação.Diz também o ministro que, com a ferramenta informática FLIP 7, quem escrever em português terá a opção de converter automaticamente o texto segundo o novo Acordo Ortográfico, sejam as normas do Brasil sejam as de Portugal. O grau de paranóia que nesta matéria atingiu o Governo não lhe permite atentar nesta realidade comezinha: não há conversor que permita escolher entre as várias versões gráficas tornadas facultativas pelo Acordo e portanto todas e qualquer uma delas são susceptíveis de ser utilizadas, pelo facto singelo de todas e qualquer delas constituírem alternativas admitidas como correctas!!! Ter-se-á previsto um sistema aleatório "convertendo" as grafias sem qualquer espécie de critério que não seja o das leis do caos? Ou o conversor imporá inexoravelmente a adopção de uma grafia única nos casos em que o Acordo consagra a facultatividade?Como escreve António Emiliano, "haverá apenas uma 'norma multiforme', que terá a particularidade de, para além de não ter instrumentos normativos conexos, permitir que se escreva um sem-número de palavras de maneiras distintas sem regra. A palavra que hoje em Portugal se escreve oficial e correctamente 'decepcionámos' passará a escrever-se oficial e correctamente em todos os países lusófonos signatários 'decepcionámos', 'dececionámos', 'decepcionamos' e 'dececionamos'. Presume-se que o 'conversor' apresentará todas as possibilidades, o que tornará o procedimento rotineiro de correcção ortográfica um pesadelo para qualquer usuário". O mesmo professor tem chamado continuamente a atenção para o facto de o Acordo gerar, "para além do elevado número de grafias duplas, formas com quatro grafias distintas e um conjunto incontável de expressões compostas com oito, 16 e até 32 grafias possíveis, sem oferecer qualquer critério normativo", facto que, acrescenta, "põe em causa a estabilidade das terminologias técnico-científicas", essencial para o desenvolvimento.Mas então como é que a lição, o manual, o livro de leitura, o auxiliar de estudo vão escolher uma das grafias possíveis? E como é que se vai explicar a docentes e a discentes a razão por que não se opta por qualquer das outras?Com a TLEBS e com o português de uns ofícios recentes de uma dama que é directora regional de educação do Norte, o Carnaval já tinha chegado à língua portuguesa. Mas é verdadeiramente deprimente a ressaca ortográfica que se vislumbra nesta Quarta-Feira de Cinzas.


DN de 25.02.2009

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

A história do "Chéché" repete-se?


Nos inícios do séc. XIX, a vitória da causa liberal sobre o absolutismo, a introdução da Constituição e do Parlamento e a criação de uma nova classe dirigente, resulta numa profunda reforma rumo ao progresso tecnológico. A introdução do comboio gera uma revolução económica e social de tal ordem, ao ponto de fazer emergir uma classe social, por sinal ainda muito fraca em Portugal, a burguesia. O incremento económico gerado pela linha-férrea e pelo desenvolvimento industrial, resultou no rápido enriquecimento de muitas famílias de proprietários e novos empresários, que adoptaram um novo estilo de vida, o “estilo burguês”. Culturalmente, este estilo expressa-se pelo “Romantismo”, na literatura, na pintura, no vestuário, no lazer, etc. O “dinheiro novo”, nas mãos de famílias cultas e de gostos refinados, origina um modo de vida ostensivo, onde a aparência e um rigoroso código de conduta social eram cultivados por homens e mulheres. Ora, apesar de algumas famílias terem enriquecido, a grande maioria da população permanecia pobre ou remediada, servindo as ditas famílias das mais variadas maneiras. Assim, enquanto o “Carnaval” burguês era vivido com a classe e o requinte das festas inspiradas no Carnaval italiano, o “Entrudo” popular era vivido com o deboche e por vezes a brutalidade de quem procura, num momento, libertar tensões e revoltas de todo um ano. Assim, na cidade, o “Entrudo” era normalmente vivido de forma caricatural, e, naquele dia, a população era livre de dizer o que pensava dos seus senhores. Surge assim o personagem “Cheché”. O “Cheché” era um mascarado, vestindo um antigo traje senhorial do séc. XVIII (anterior à Revolução Liberal). Numa mão trazia uma grande faca, na outra, trazia uma vara comprida, na ponta da qual estava preso um par de chifres. Assim andavam os “Chechés”, aos pares ou em grupo, com grandes barrigas e muito bem vestidos. Vagueavam pelas ruas da cidade à procura dos senhores burgueses que se passeavam pela rua. Quando os encontravam, pavoneando-se pelas largas avenidas, saltavam e gritavam em seu redor, assustando-os com os facalhões, lançando impropérios e grosserias de toda a espécie. Usavam de linguagem obscena em público, chocando a fina sensibilidade burguesa que muito se ofendia com o vexame imposto. Por fim, o “Cheché” colocaria a grande vara por detrás do senhor, ficando os chifres a descoberto por cima de sua cabeça. A ofensa era bem clara, na verdade, muitos destes senhores já de idade avançada, faziam-se acompanhar de mulheres muito mais jovens, pelo que o povo sugeria desta forma a infidelidade dessas mulheres. O “Cheché” não passava de uma paródia mascarada, escondida, àqueles que o povo considerava serem os verdadeiros chechés, ou seja, os grandes burgueses, velhos, gordos, das pernas arqueadas e falsas aparências, que neste dia de folia eram grosseiramente denunciadas. Assim, o dito “estás a ficar cheché” não é mais que uma reminiscência popular destes antigos foliões, qual celebração da histeria e insanidade humana.

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Não sou eu que digo...

Jornal "Metro" de 20/Fev/2009


E o burro sou eu?

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Singularidades...



(Jornal "Destak" de 18.02.2009)


(Jornal "Global" de 18.02.2009)


(sem comentários...)

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Venezuela...


Chavez SÍ... Assim Não!...

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

ONU pede empenho no combate ao tráfico humano.


Como sempre as crianças são as primeiras vítimas...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Façamos de conta...


Este artigo de Mário Crespob saiu no "Jornal de Noticias". Muitos, se calhar, já o leram... outros, se calhar, não...

Porque merece ser lido e... relido e... consciencializado aqui o coloco para o lerem "na viagem"...


Está bem... façamos de conta


Façamos de conta que nada aconteceu no Freeport. Que não houve invulgaridades no processo de licenciamento e que despachos ministeriais a três dias do fim de um governo são coisa normal. Que não houve tios e primos a falar para sobrinhas e sobrinhos e a referir montantes de milhões (contos, libras, euros?). Façamos de conta que a Universidade que licenciou José Sócrates não está fechada no meio de um caso de polícia com arguidos e tudo.
Façamos de conta que José Sócrates sabe mesmo falar Inglês. Façamos de conta que é de aceitar a tese do professor Freitas do Amaral de que, pelo que sabe, no Freeport está tudo bem e é em termos quid juris irrepreensível. Façamos de conta que aceitamos o mestrado em Gestão com que na mesma entrevista Freitas do Amaral distinguiu o primeiro-ministro e façamos de conta que não é absurdo colocá-lo numa das "melhores posições no Mundo" para enfrentar a crise devido aos prodígios académicos que Freitas do Amaral lhe reconheceu. Façamos de conta que, como o afirma o professor Correia de Campos, tudo isto não passa de uma invenção dos média. Façamos de conta que o "Magalhães" é a sério e que nunca houve alunos/figurantes contratados para encenar acções de propaganda do Governo sobre a educação. Façamos de conta que a OCDE se pronunciou sobre a educação em Portugal considerando-a do melhor que há no Mundo. Façamos de conta que Jorge Coelho nunca disse que "quem se mete com o PS leva". Façamos de conta que Augusto Santos Silva nunca disse que do que gostava mesmo era de "malhar na Direita" (acho que Klaus Barbie disse o mesmo da Esquerda). Façamos de conta que o director do Sol não declarou que teve pressões e ameaças de represálias económicas se publicasse reportagens sobre o Freeport. Façamos de conta que o ministro da Presidência Pedro Silva Pereira não me telefonou a tentar saber por "onde é que eu ia começar" a entrevista que lhe fiz sobre o Freeport e não me voltou a telefonar pouco antes da entrevista a dizer que queria ser tratado por ministro e sem confianças de natureza pessoal. Façamos de conta que Edmundo Pedro não está preocupado com a "falta de liberdade". E Manuel Alegre também. Façamos de conta que não é infinitamente ridículo e perverso comparar o Caso Freeport ao Caso Dreyfus. Façamos de conta que não aconteceu nada com o professor Charrua e que não houve indagações da Polícia antes de manifestações legais de professores. Façamos de conta que é normal a sequência de entrevistas do Ministério Público e são normais e de boa prática democrática as declarações do procurador-geral da República. Façamos de conta que não há SIS. Façamos de conta que o presidente da República não chamou o PGR sobre o Freeport e quando disse que isto era assunto de Estado não queria dizer nada disso. Façamos de conta que esta democracia está a funcionar e votemos. Votemos, já que temos a valsa começada, e o nada há-de acabar-se como todas as coisas. Votemos Chaves, Mugabe, Castro, Eduardo dos Santos, Kabila ou o que quer que seja. Votemos por unanimidade porque de facto não interessa. A continuar assim, é só a fazer de conta que votamos.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Em tempos de Crise... há quem se safe.


Casas de Penhores sempre existiram. Lembro-me bastante bem de "gente pobre" ir "empenhar" os seus aneis, brincos e outros que herdavam dos pais para fazerem face à miséria.

Realidades que se repetem quando já não existem mais soluções...

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Why?




Why Does It Always Rain On Me - Live 8 Live

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

A começar Fevereiro... Ria!...




Nada melhor do que começar o mês... sorrindo. Pelo menos ver se conseguimos esquecer a maldita palavra... crise. Que essa continua a ser só para os "cá de baixo...".

"Que dizer do caso Freeport que ainda não tenha sido referido por outros? Eis um problema que não afecta este vosso amigo. Vasco Pulido Valente, Pacheco Pereira e eu temos a mesma sorte: acontece com muita frequência os cronistas que nos precedem falharem o essencial. Entretêm-se com o supérfluo, esmiúçam os aspectos menos importantes dos assuntos e deixam, livre de toda a palha, o núcleo essencial dos problemas à mercê de ser colhido por nós. Foi o que sucedeu com o caso Freeport. Analistas atrás de analistas têm vindo a ignorar o facto central de todo este processo: Sócrates diz Freepor. Este é o primeiro ponto essencial que ninguém referiu. Toda a gente diz Freeport, menos José Sócrates, que diz Freepor. Parece claro, por isso, que Sócrates recusa revelar tudo neste caso, nomeadamente o t final de Freeport, que nunca articula. Parece impossível que um político que tanto se tem batido pelo ensino do inglês não seja capaz de pronunciar correctamente uma palavra inglesa. Portugal assiste, portanto, a dois casos em vez de um: o caso Freeport e o caso Freepor. Este último – que, recordemos, foi denunciado por mim –, acaba por ser mais rico e intrigante do que o primeiro, porquanto junta às suspeitas de corrupção o mistério do desaparecimento de uma consoante. Além disso, entronca num caso antigo, na medida em que recupera as dúvidas que existiam quanto às competências do primeiro-ministro no âmbito do inglês técnico.
O segundo ponto essencial que a imprensa tem esquecido é o motivo. Sócrates tinha ou não uma razão forte e privada para favorecer a construção do Freeport? Não é preciso pensar muito para concluir que sim. A quem interessa um outlet com lojas de roupa de marca mais barata perto de Lisboa? Ao sexto homem mais elegante do mundo, certamente. O Freeport permite-lhe manter a mesma elegância, mas a preços mais baixos. Não sei se o primeiro-ministro cometeu alguma infracção ética ou até algum delito no caso Freeport, mas não deve ser menosprezada a ambição, inerente à condição humana, de ultrapassar o Karl Lagerfeld em garbo.
O terceiro ponto menosprezado pela comunicação social tem a ver com o facto que precipitou a investigação. Ao que parece, o juiz desconfiou do modo como o projecto foi licenciado. De acordo com a descrição do magistrado, tudo se passou de forma impecável, célere e competente. Estava à vista de todos que alguma coisa estava mal. Em Portugal, este costuma ser um bom método para descobrir ilegalidades. Se um projecto é aprovado dentro do prazo, alguém anda a receber dinheiro por fora. Normalmente, quando alguma coisa corre bem, é sinal de que há moscambilha."


Crónica de Ricardo Araújo Pereira