quinta-feira, 19 de março de 2009

História de uma rã...



Da alegoria da Caverna de Platão para Matriz, passando pelas fábulas de La Fontaine, o idioma simbólico é um meio privilegiado para induzir à reflexão e transmitir algumas ideias.
Olivier Clerc, escritor e filósofo, nesta sua breve história, pela metáfora, põe em evidência as funestas consequências da não consciência da mudança que afecta a nossa saúde, as nossas relações, a evolução social e o ambiente.

Um resumo de vida e sabedoria que cada um poderá plantar no próprio jardim para desfrutar dos seus frutos.

Imagine uma panela cheia de água fria, na qual nada tranquilamente uma pequena rã. Um pequeno fogo debaixo da panela e a água aquece muito lentamente. Pouco a pouco água fica morna e a rã, achando isso bastante agradável, contínua a nadar... A temperatura da água contínua a subir...
Agora água está mais quente do que a rã gostaria. Sente-se um pouco cansada, mas, não obstante, isso não a amedronta. Agora água está realmente quente e a rã começa a achar desagradável, mas está muito debilitada. Então aguenta e não faz nada...
A temperatura contínua a subir, até que a rã acaba, simplesmente, morta e cozida.

Se a mesma rã tivesse sido lançada directamente na água a 50 graus, com um golpe de pernas teria pulado imediatamente da panela.
Isto mostra que, quando uma mudança acontece de um modo suficientemente lento, escapa à consciência e não desperta, na maior parte dos casos, nenhuma reação, nem um pouco de oposição ou alguma revolta.
Se nós olharmos para o que tem acontecido na nossa sociedade durante as últimas décadas poderemos ver que estamos a sofrer uma lenta mudança na vida à qual nos vamos acostumando.
Uma quantidade de coisas que nos teriam feito horrorizar há 20, 30 ou 40 anos, foram a pouco e pouco banalizadas e hoje apenas perturbam levemente ou até deixam completamente indiferentes a maior parte das pessoas.
Em nome do progresso, da ciência e do lucro são efectuados ataques contínuos às liberdades individuais, à dignidade, à integridade da natureza, à beleza e à alegria de viver. Lenta, mas inexoravelmente, com a constante cumplicidade das vítimas, desavisadas e agora incapazes de se defenderem.
As previsões para o futuro, em vez de despertarem reacções e medidas preventivas, não fazem outra coisa que não seja preparar psicologicamente as pessoas para aceitarem algumas condições de vida decadentes,
aliás dramáticas.
O martelar contínuo de informações dos média satura os cérebros que não podem distinguir mais as coisas...
Quando eu falei pela primeira vez destas coisas, era para um amanhã,
Agora, é para hoje!!!
Então, se você não está como a rã, já meio cozido, dê um golpe de pernas, antes que seja muito tarde.

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