Faz-me lembrar um "sketch" dos Gato Fedorento. Falam... Falam... Falam... Mas eu não os vejo a fazer nada...
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Arco Ribeirinho Sul apresenta risco de tsunami, revela estudo
A zona do Arco Ribeirinho Sul, entre Almada e Alcochete, para onde estão previstos projectos de requalificação de complexos industriais, apresenta risco moderado a elevado de inundação por tsunami. Os dados foram revelados pelo Plano Regional de Ordenamento do Território da Área Metropolitana de Lisboa.
Segundo o documento, os perigos de desabamento são «mais relevantes» nos concelhos
de Mafra, Loures, Odivelas, Vila Franca de Xira e Setúbal. O risco de cheias rápidas afecta mais de 10% dos concelhos de Loures e Odivelas, e as ribeiras de Colares, Barcarena e Jamor, assim como os rios Lizandro e Trancão.
Fonte: Jornal Destak (24.Fev.2010)
Segundo o documento, os perigos de desabamento são «mais relevantes» nos concelhos
de Mafra, Loures, Odivelas, Vila Franca de Xira e Setúbal. O risco de cheias rápidas afecta mais de 10% dos concelhos de Loures e Odivelas, e as ribeiras de Colares, Barcarena e Jamor, assim como os rios Lizandro e Trancão.
Fonte: Jornal Destak (24.Fev.2010)
segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010
Mau planeamento aumenta riscos
O País onde ninguém tem culpa... ( a frase é minha)
«O que aconteceu na Madeira é o exemplo do que o mau planeamento urbanístico pode causar, ainda que neste caso numa escala limitada a uma ilha.» A afirmação é do presidente da Associação Portuguesa de Técnicos de Segurança e Protecção Civil, Ricardo Ribeiro, que já no fim de Janeiro, em entrevista ao Destak, alertara para a falta de cultura de prevenção de catástrofes.
A construção de habitações em leito de cheia, a impermeabilização de solos e o encanamento mal dimensionado dos cursos e linhas de água são alguns dos erros urbanísticos cometidos no planeamento e ordenamento de território no arquipélago da Madeira.
Já o presidente da Associação Profissional dos Urbanistas Portugueses alerta para o risco de se repetir a tragédia na Madeira «emqualquer parte do País, fruto de um planeamento completamente incompetente e mal feito em matéria de ordenamento de território». Segundo explicou à Lusa Diogo Mateus, a destruição causada pelas fortes chuvas pode voltar a ocorrer porque o planeamento que se faz no País «não serve para aquilo que deve servir».
«Os planos elaborados pensam mais no controlo da construção, nas taxas de construção e no que pode ser construído a mais do que naquilo para que devemservir: controlar a ocupação territorial de forma equilibrada e racional para que se possa utilizar o território como um recurso.»
A construção de habitações em leito de cheia, a impermeabilização de solos e o encanamento mal dimensionado dos cursos e linhas de água são alguns dos erros urbanísticos cometidos no planeamento e ordenamento de território no arquipélago da Madeira.
Já o presidente da Associação Profissional dos Urbanistas Portugueses alerta para o risco de se repetir a tragédia na Madeira «emqualquer parte do País, fruto de um planeamento completamente incompetente e mal feito em matéria de ordenamento de território». Segundo explicou à Lusa Diogo Mateus, a destruição causada pelas fortes chuvas pode voltar a ocorrer porque o planeamento que se faz no País «não serve para aquilo que deve servir».
«Os planos elaborados pensam mais no controlo da construção, nas taxas de construção e no que pode ser construído a mais do que naquilo para que devemservir: controlar a ocupação territorial de forma equilibrada e racional para que se possa utilizar o território como um recurso.»
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Macrocefalia
Portugal "cada vez mais macrocéfalo" põe a maioria das cidades dependentes dos serviços públicos
Algumas capitais de distrito como Bragança, Portalegre ou Beja "estão perto de situações perigosas" num país cada vez mais macrocéfalo. Dependentes dos serviços do Estado, a sua pequena dimensão não lhes permite captar investimento privado. Portugal continua a ser Lisboa, o resto é paisagem. O centralismo "quase genético" ganhou novo alento com a União Europeia e globalização.
"É uma combinação explosiva", diz o geógrafo Álvaro Domingues. "Pequena escala misturado com pouca diversidade funcional", se falhar um sector, "pode ser o caos" em cidades como Bragança, Portalegre ou Beja. A grande dificuldade destas áreas urbanas é sobreviver sem a dependência do investimento público.
Uma universidade, por exemplo, reconhece o autarca de Bragança Jorge Nunes, seria contributo "muito importante" para a cidade. No entanto, não partilha da visão do geógrafo. "A cidade tem capacidade de se afirmar e tenta ganhar centralidade: 60% das exportações de Trás-os-Montes hoje são de Bragança."
O que define a centralidade, agora que se desfazem as fronteiras? "A presença do Governo e da administração pública", responde Álvaro Domingues. A globalização económica alterou a sede de decisão: tudo emigra para a capital - "e, se calhar, Lisboa dará lugar a Madrid".
Algumas capitais de distrito como Bragança, Portalegre ou Beja "estão perto de situações perigosas" num país cada vez mais macrocéfalo. Dependentes dos serviços do Estado, a sua pequena dimensão não lhes permite captar investimento privado. Portugal continua a ser Lisboa, o resto é paisagem. O centralismo "quase genético" ganhou novo alento com a União Europeia e globalização.
"É uma combinação explosiva", diz o geógrafo Álvaro Domingues. "Pequena escala misturado com pouca diversidade funcional", se falhar um sector, "pode ser o caos" em cidades como Bragança, Portalegre ou Beja. A grande dificuldade destas áreas urbanas é sobreviver sem a dependência do investimento público.
Uma universidade, por exemplo, reconhece o autarca de Bragança Jorge Nunes, seria contributo "muito importante" para a cidade. No entanto, não partilha da visão do geógrafo. "A cidade tem capacidade de se afirmar e tenta ganhar centralidade: 60% das exportações de Trás-os-Montes hoje são de Bragança."
O que define a centralidade, agora que se desfazem as fronteiras? "A presença do Governo e da administração pública", responde Álvaro Domingues. A globalização económica alterou a sede de decisão: tudo emigra para a capital - "e, se calhar, Lisboa dará lugar a Madrid".
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Artigo retirado do jornal "DN" de 18.02.2010
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
O filósofo e o politico.
Sokrátes buscava o Conhecimento. O seu método para alcançá-lo era o diálogo e a humildade de formular todas as perguntas.
Sócrates prefere o Desconhecimento. O seu método para alcançá-lo é o monólogo e a arrogância de calar todas as perguntas.
Um pensamento de Sokrátes - Quatro características deve ter um juiz: ouvir cortesmente, responder sabiamente, ponderar prudentemente e decidir imparcialmente.
Um pensamento de Sócrates - Quatro características deve ter um juiz: não ouvir escutas, responder obedientemente, ponderar nos riscos que corre e decidir se quer continuar a ter emprego.
Sokrátes provocou uma ruptura sem precendentes na Filosofia grega.
Sócrates provocou uma ruptura sem precendentes na Auto-Estima portuguesa.
Sokrátes tinha um lema: Só sei que nada sei.
Sócrates tem um lema: Eu é que sei.
Sokrátes auto- intitulava-se "um homem pacífico"
Sócrates auto-intitula-se "um animal feroz".
Sokrátes foi condenado à cicuta.
Sócrates foi condenado pelas escutas.
Sokrátes deixou-nos incontáveis dádivas.
Sócrates deixa-nos incontáveis dívidas.
Sócrates prefere o Desconhecimento. O seu método para alcançá-lo é o monólogo e a arrogância de calar todas as perguntas.
Um pensamento de Sokrátes - Quatro características deve ter um juiz: ouvir cortesmente, responder sabiamente, ponderar prudentemente e decidir imparcialmente.
Um pensamento de Sócrates - Quatro características deve ter um juiz: não ouvir escutas, responder obedientemente, ponderar nos riscos que corre e decidir se quer continuar a ter emprego.
Sokrátes provocou uma ruptura sem precendentes na Filosofia grega.
Sócrates provocou uma ruptura sem precendentes na Auto-Estima portuguesa.
Sokrátes tinha um lema: Só sei que nada sei.
Sócrates tem um lema: Eu é que sei.
Sokrátes auto- intitulava-se "um homem pacífico"
Sócrates auto-intitula-se "um animal feroz".
Sokrátes foi condenado à cicuta.
Sócrates foi condenado pelas escutas.
Sokrátes deixou-nos incontáveis dádivas.
Sócrates deixa-nos incontáveis dívidas.
terça-feira, 16 de fevereiro de 2010
Portucale - República das bananas
Ex-responsáveis da Universidade usaram cartão de crédito nas férias (Nelson Garrido (arquivo))
Antigos directores da Portucalense acusados de se apropriarem de milhares de euros
Antigos directores da Portucalense acusados de se apropriarem de milhares de euros
O MP diz que entre 1991 e 1993, em data não apurada, os três arguidos aprovaram a atribuição de cartões de crédito a si próprios, ao reitor e a docentes catedráticos, além da remuneração de complementos, direitos a despesas a título de "deslocações, estadias e outros", de quilómetros e da utilização de cartões Galp Frota. "Tal decisão não foi objecto de deliberação da direcção, nem da Assembleia Geral da Universidade Portucalense Infante D. Henrique, Cooperativa de Ensino Superior, nem foi levada ao conhecimento dos cooperantes", lê-se na acusação.
sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010
61% das creches do Porto têm falhas na saúde e segurança
Instituições avaliadas são confidenciais mas representam 58% das creches com fins lucrativos e 49% das creches de IPSS da região.
Em 160 salas de creches do Porto, nenhuma é boa ou excelente. Mais: 61% das salas observadas - num estudo da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto - revelam "falhas ao nível das condições básicas de saúde e de segurança", além de limitações na quantidade de materiais para promover o desenvolvimento das crianças. Os problemas começam em mãos que não são lavadas antes das refeições, ou depois de mudar fraldas, mas vão até à falta de actividades de exterior. Passam ainda pela má promoção da diversidade (cultural, étnica, de capacidades), poucas oportunidades de formação e falta de material educativo. Há ainda pioneses espetados em sítios de fácil acesso e tomadas eléctricas sem protecção. Os resultados são "preocupantes", assumem Sílvia Barros e Cecília Aguiar, ressalvando que o instrumento de avaliação utilizado é bastante exigente. As investigadoras assinam o balanço qualitativo mais recente das creches do país, numa altura em que o Orçamento do Estado volta a sublinhar a promoção do pré-escolar.
quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010
Comprar jornalistas.
"No único almoço que o 'Sol' teve com Sócrates em São Bento, ele às tantas disse-me que 'isto de a gente tentar comprar jornalistas é um disparate, porque a melhor forma de controlar a imprensa é controlar os patrões'. Foi extraordinário o desplante de ter dito isto e depois ter posto esse plano em prática".
José António Saraiva, director do "Sol", jornal "i", 10-02-2010
quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010
terça-feira, 9 de fevereiro de 2010
Sócrates vem dar o exemplo
Os números foram divulgados pelo Público, que andou a ler o Diário da República à lupa para descobrir quantas nomeações tinha feito o segundo Governo de José Sócrates, o tal que celebrou a semana passada 100 dias.
Segundo apurou, foram nomeadas 1361 pessoas desde Outubro, 325 sem qualquer vínculo à Administração Pública, o que significa que nomeou mais do que o anterior Governo, mais do que Durão Barroso, e mais do que Santana Lopes. Estes recém-nomeados foram preencher lugares de adjuntos, de assessores, colaboradores e consultores, a que se somam 132 secretárias e 114 motoristas. Feita a média, o Público calcula que cada um dos 55 membros do actual governo nomeou 18,2 pessoas.
Esta informação é passível de duas leituras. A Benigna e a Maligna.
A primeira obriga-nos a dar os parabéns ao eng. Sócrates, porque decidiu, de uma cajadada, matar dois coelhos. Ou seja, por um lado, dá o exemplo de que a crise se resolve contratando mais pessoas, e como se sabe os bons exemplos devem vir de cima, e por outro contribui para o cumprimento da sua promessa original de recuperar 150 mil empregos. Aliás, para a cumprir ainda precisa de contratar mais 148 639 portugueses – o que significa que o leitor e eu ainda podemos ter esperança!
Confiamos, igualmente, que os contratados estivessem no Fundo de Desemprego, o que permitia fazer descer um dos indicadores mais deprimentes da nossa economia. A segunda, a Maligna, aponta para um fenómeno comum em Portugal: face à dificuldade de fazer mexer o sistema, opta-se por procurar fora dele os colaboradores necessários.
Acreditam que assim conseguem agilizar os seus projectos, em lugar de perderem tempo a convencer os «da casa» a trabalhar mais e melhor. Mas o sistema engole os que chegam, deixando o Estado ainda mais ineficaz.
Segundo apurou, foram nomeadas 1361 pessoas desde Outubro, 325 sem qualquer vínculo à Administração Pública, o que significa que nomeou mais do que o anterior Governo, mais do que Durão Barroso, e mais do que Santana Lopes. Estes recém-nomeados foram preencher lugares de adjuntos, de assessores, colaboradores e consultores, a que se somam 132 secretárias e 114 motoristas. Feita a média, o Público calcula que cada um dos 55 membros do actual governo nomeou 18,2 pessoas.
Esta informação é passível de duas leituras. A Benigna e a Maligna.
A primeira obriga-nos a dar os parabéns ao eng. Sócrates, porque decidiu, de uma cajadada, matar dois coelhos. Ou seja, por um lado, dá o exemplo de que a crise se resolve contratando mais pessoas, e como se sabe os bons exemplos devem vir de cima, e por outro contribui para o cumprimento da sua promessa original de recuperar 150 mil empregos. Aliás, para a cumprir ainda precisa de contratar mais 148 639 portugueses – o que significa que o leitor e eu ainda podemos ter esperança!
Confiamos, igualmente, que os contratados estivessem no Fundo de Desemprego, o que permitia fazer descer um dos indicadores mais deprimentes da nossa economia. A segunda, a Maligna, aponta para um fenómeno comum em Portugal: face à dificuldade de fazer mexer o sistema, opta-se por procurar fora dele os colaboradores necessários.
Acreditam que assim conseguem agilizar os seus projectos, em lugar de perderem tempo a convencer os «da casa» a trabalhar mais e melhor. Mas o sistema engole os que chegam, deixando o Estado ainda mais ineficaz.
Destak – (9 Fev 2010) Editorial de ISABEL STILWELL
segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010
Gado e hortas essenciais nas cidades.
Cidades, agricultura e pastorícia não são uma antítese. Mas o betão e o alcatrão estão a ganhar terreno.
Criação de cavalos no centro de Lisboa - mesmo que um dos animais fuja, como aconteceu na madrugada da passada terça-feira - ou o rebanho que cruza uma aldeia entre o redil e a pastagem, passando pelo meio dos moradores, têm um significado muito semelhante para o arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles: "São as nossas origens agrícolas, que, infelizmente, estão tão esquecidas. A agricultura urbana deveria ter integração obrigatória no planeamento urbano, e o gado e a pastorícia são peças fundamentais nesse processo", alerta.
Criação de cavalos no centro de Lisboa - mesmo que um dos animais fuja, como aconteceu na madrugada da passada terça-feira - ou o rebanho que cruza uma aldeia entre o redil e a pastagem, passando pelo meio dos moradores, têm um significado muito semelhante para o arquitecto paisagista Gonçalo Ribeiro Telles: "São as nossas origens agrícolas, que, infelizmente, estão tão esquecidas. A agricultura urbana deveria ter integração obrigatória no planeamento urbano, e o gado e a pastorícia são peças fundamentais nesse processo", alerta.
por ROBERTO DORES (DN 08.02.2010)
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010
Nunca é demais recordar Guerra Junqueiro.
"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta.
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."
Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira à falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro.
Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do País.
A justiça ao arbítrio da Política, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.
Dois partidos sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes, vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se malgando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar."
Guerra Junqueiro, 1896
quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010
Emigração de jovens portugueses
Tios a trabalharem na Suíça, primos de nacionalidade francesa e avós a viverem nos EUA são cenários comuns a quase todas as famílias portuguesas, sobretudo devido à forte vaga de emigração da década de 60.
Este êxodo – considerado o maiorde sempre e motivado pela necessidade de ter uma vida melhor – regressa 50 anos depois ao nosso país, mas desta vez leva consigo o capital humano qualificado e não os menos preparados.
Apesar de não existirem números concretos, o presidente daComissão Especializada de Fluxos Migratórios do Conselho das Comunidades garante, à TSF, que é preciso recuar até 1960 para encontrar uma vaga de emigração semelhante à que se assiste, sendo sobretudo os jovens quadros técnicos e científicos os que mais escolhem abandonar o País.
Este êxodo – considerado o maiorde sempre e motivado pela necessidade de ter uma vida melhor – regressa 50 anos depois ao nosso país, mas desta vez leva consigo o capital humano qualificado e não os menos preparados.
Apesar de não existirem números concretos, o presidente daComissão Especializada de Fluxos Migratórios do Conselho das Comunidades garante, à TSF, que é preciso recuar até 1960 para encontrar uma vaga de emigração semelhante à que se assiste, sendo sobretudo os jovens quadros técnicos e científicos os que mais escolhem abandonar o País.
terça-feira, 2 de fevereiro de 2010
O Fim da Linha - Mário Crespo
Terça-feira dia 26 de Janeiro. Dia de Orçamento. O Primeiro-ministro José Sócrates, o Ministro de Estado Pedro Silva Pereira, o Ministro de Assuntos Parlamentares, Jorge Lacão e um executivo de televisão encontraram-se à hora do almoço no restaurante de um hotel em Lisboa. Fui o epicentro da parte mais colérica de uma conversa claramente ouvida nas mesas em redor. Sem fazerem recato, fui publicamente referenciado como sendo mentalmente débil (“um louco”) a necessitar de (“ir para o manicómio”). Fui descrito como “um profissional impreparado”. Que injustiça. Eu, que dei aulas na Independente. A defunta alma mater de tanto saber em Portugal. Definiram-me como “um problema” que teria que ter “solução”. Houve, no restaurante, quem ficasse incomodado com a conversa e me tivesse feito chegar um registo. É fidedigno. Confirmei-o. Uma das minhas fontes para o aval da legitimidade do episódio comentou (por escrito): “(…) o PM tem qualidades e defeitos, entre os quais se inclui uma certa dificuldade para conviver com o jornalismo livre (…)”. É banal um jornalista cair no desagrado do poder. Há um grau de adversariedade que é essencial para fazer funcionar o sistema de colheita, retrato e análise da informação que circula num Estado. Sem essa dialéctica só há monólogos. Sem esse confronto só há Yes-Men cabeceando em redor de líderes do momento dizendo yes-coisas, seja qual for o absurdo que sejam chamados a validar. Sem contraditório os líderes ficam sem saber quem são, no meio das realidades construídas pelos bajuladores pagos. Isto é mau para qualquer sociedade. Em sociedades saudáveis os contraditórios são tidos em conta. Executivos saudáveis procuram-nos e distanciam-se dos executores acríticos venerandos e obrigados. Nas comunidades insalubres e nas lideranças decadentes os contraditórios são considerados ofensas, ultrajes e produtos de demência. Os críticos passam a ser “um problema” que exige “solução”. Portugal, com José Sócrates, Pedro Silva Pereira, Jorge Lacão e com o executivo de TV que os ouviu sem contraditar, tornou-se numa sociedade insalubre. Em 2010 o Primeiro-ministro já não tem tantos “problemas” nos media como tinha em 2009. O “problema” Manuela Moura Guedes desapareceu. O problema José Eduardo Moniz foi “solucionado”. O Jornal de Sexta da TVI passou a ser um jornal à sexta-feira e deixou de ser “um problema”. Foi-se o “problema” que era o Director do Público. Agora, que o “problema” Marcelo Rebelo de Sousa começou a ser resolvido na RTP, o Primeiro Ministro de Portugal, o Ministro de Estado e o Ministro dos Assuntos Parlamentares que tem a tutela da comunicação social abordam com um experiente executivo de TV, em dia de Orçamento, mais “um problema que tem que ser solucionado”. Eu. Que pervertido sentido de Estado. Que perigosa palhaçada.
Nota: Artigo originalmente redigido para ser publicado hoje (1/2/2010) na imprensa
Digo eu:
Independetemente de se gostar, ou não, de Mário Crespo “isto” é mais um “sinal” que algo vai mal em Portugal. No entanto esta crónica irá ser colocada num livro que terá prefácio de Medina Carreira.
Mas as análises de Medina Carreira sabem-me a “fel”. Fazem-me lembrar um pouco a entrevista que Belmiro de Azevedo deu à revista “Visão”. Todos falam de “barriga cheia”. Medina Carreira já foi ministro e o que é que ele fez de extraordinário? Belmiro de Azevedo tem um “império”. À custa de quem construiu ele esse império?
Como diz o avô de um amigo meu: “Quem não rouba ou não herda... é rico mas é uma merda...”
Mas as análises de Medina Carreira sabem-me a “fel”. Fazem-me lembrar um pouco a entrevista que Belmiro de Azevedo deu à revista “Visão”. Todos falam de “barriga cheia”. Medina Carreira já foi ministro e o que é que ele fez de extraordinário? Belmiro de Azevedo tem um “império”. À custa de quem construiu ele esse império?
Como diz o avô de um amigo meu: “Quem não rouba ou não herda... é rico mas é uma merda...”
segunda-feira, 1 de fevereiro de 2010
Saúde rende 700 milhões de euros aos privados
A facturação dos principais grupos privados na área da saúde aumentou em cerca de 42,5% entre 2008 e 2009.
Só o grupo Mello fechou o ano de 2009 com uma facturação de 266 milhões de euros, um crescimento superior a 20% em relação ao ano de 2008, valor que engloba a parceria público-privada do hospital de Braga. O grupo Espírito Santo Saúde (ESS), outro peso pesado no sector da saúde privada, facturou 219 milhões de euros, um acréscimo de cerca de 19% em relação a 2008. Tais resultados são atribuídos ao aumento na procura de cuidados nos serviços privados.
Muitos resultados ainda estão por fechar, como é o caso dos Hospitais Privados de Portugal (HPP), onde as estimativas de facturação apontavam para os 150 milhões de euros, das quais 55 milhões de euros se devem à parceria público-privada do Hospital de Cascais. Para o presidente dos HPP, José Miguel Boquinhas, parte deste crescimento também está relacionado o aumento de cuidados a utentes de subsistemas. O presidente do HPP estima que o sector privado terá cerca de 3 milhões de potenciais clientes.
Completando o quadro dos quatro maiores grupos da saúde privada, o grupo Trofa, liderado por José Vila Nova, em declarações ao DN, afirmou que o ganho anual foi de 47,5%, passando a ter 59 milhões de euros de facturação em 2009, com a perspectiva de novo aumento para 2010.
Só o grupo Mello fechou o ano de 2009 com uma facturação de 266 milhões de euros, um crescimento superior a 20% em relação ao ano de 2008, valor que engloba a parceria público-privada do hospital de Braga. O grupo Espírito Santo Saúde (ESS), outro peso pesado no sector da saúde privada, facturou 219 milhões de euros, um acréscimo de cerca de 19% em relação a 2008. Tais resultados são atribuídos ao aumento na procura de cuidados nos serviços privados.
Muitos resultados ainda estão por fechar, como é o caso dos Hospitais Privados de Portugal (HPP), onde as estimativas de facturação apontavam para os 150 milhões de euros, das quais 55 milhões de euros se devem à parceria público-privada do Hospital de Cascais. Para o presidente dos HPP, José Miguel Boquinhas, parte deste crescimento também está relacionado o aumento de cuidados a utentes de subsistemas. O presidente do HPP estima que o sector privado terá cerca de 3 milhões de potenciais clientes.
Completando o quadro dos quatro maiores grupos da saúde privada, o grupo Trofa, liderado por José Vila Nova, em declarações ao DN, afirmou que o ganho anual foi de 47,5%, passando a ter 59 milhões de euros de facturação em 2009, com a perspectiva de novo aumento para 2010.
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