terça-feira, 14 de setembro de 2010

A morte de Paula R.


Mais um assassinato do capitalismo. Paula R. trabalhava há 19 anos numa empresa, em Lisboa, na Av. do Brasil, que comercializava móveis para escritório. Não sendo grande, a empresa muito vendeu durante vários anos, obtendo enormes lucros. O patrão podia assim viver num condomínio privado e todos os anos se pavonear com novos e variados carros de luxo.

Agora com o agravamento da crise do capitalismo e com menores lucros, o patrão desinteressou-se do negócio. Embora indicando na porta da empresa que terminava as férias no último dia de Agosto deste ano, despediu os trabalhadores antes de férias, tendo preparado nas suas costas a falência da empresa. Retirou todos os bens do seu nome e, com o argumento de que estava falido, em nada indemnizou os trabalhadores.

Paula, com 47 anos, não foi capaz de aguentar o brutal e traiçoeiro despedimento e, após vários acidentes vasculares cerebrais, faleceu.

Numa época em que todos os pretextos e métodos têm servido para despedir quem trabalha, até os despedimentos por sms, a morte de Paula R. é mais uma a acrescentar ao já longo rol de vítimas do capital. Ao contrário das maravilhas que propagam alguns dos serventuários do sistema, o capitalismo, mesmo sem ser o das multinacionais, continua a matar diariamente.

Pedro Goulart - Quinta-feira, 2 Setembro, 2010

1 comentário:

O Puma disse...

A canalha

continua à solta