Mais um assassinato do capitalismo. Paula R. trabalhava há 19 anos numa empresa, em Lisboa, na Av. do Brasil, que comercializava móveis para escritório. Não sendo grande, a empresa muito vendeu durante vários anos, obtendo enormes lucros. O patrão podia assim viver num condomínio privado e todos os anos se pavonear com novos e variados carros de luxo.
Agora com o agravamento da crise do capitalismo e com menores lucros, o patrão desinteressou-se do negócio. Embora indicando na porta da empresa que terminava as férias no último dia de Agosto deste ano, despediu os trabalhadores antes de férias, tendo preparado nas suas costas a falência da empresa. Retirou todos os bens do seu nome e, com o argumento de que estava falido, em nada indemnizou os trabalhadores.
Paula, com 47 anos, não foi capaz de aguentar o brutal e traiçoeiro despedimento e, após vários acidentes vasculares cerebrais, faleceu.
Numa época em que todos os pretextos e métodos têm servido para despedir quem trabalha, até os despedimentos por sms, a morte de Paula R. é mais uma a acrescentar ao já longo rol de vítimas do capital. Ao contrário das maravilhas que propagam alguns dos serventuários do sistema, o capitalismo, mesmo sem ser o das multinacionais, continua a matar diariamente.
Pedro Goulart - Quinta-feira, 2 Setembro, 2010
1 comentário:
A canalha
continua à solta
Enviar um comentário