quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Uns vão bem e outros mal.


E assim se faz Portugal... uns vão bem e outros mal...

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Revolver o lixo em busca de comida

Passam poucos minutos das 20 horas quando os funcionários de um supermercado, na Baixa de Coimbra, põem na rua caixotes do lixo com sobras de comida. Ainda não viraram costas e já há pessoas a revolvê-los para matar a fome. De dia, à vista de quem passa. "Não tenho trabalho", diz ao JN, em tom de justificação, um jovem romeno, de 23 anos, com três filhos. Bananas, maçãs, fiambre, por vezes frango, eis o que leva dali.

Como ele, há mais pessoas a procurar alimentos no lixo, imigrantes e portugueses, garante. Não é preciso estar especialmente atento para ver gente retirar sacos dos contentores até encontrar peças de fruta, croissants ou bolos embalados.

Maria (chamemos-lhe assim) está de passagem e aproveita para levar uns bocados de leitão - para os cães, sublinha. Diz que é frequente ver pessoas tirar restos de comida dos contentores, mas para si mesmas. “Quem tem fome tem de comer, nem que seja do lixo”, observa.

Jorge Alves, presidente da Direcção Nacional da Associação Integrar, com sede em Coimbra, conhece o cenário, presenciou-o. “Acho que é desespero, já”, explica, frisando que as equipas de rua da Integrar estão atentas e em processo de abordagem a essas pessoas - que podem ter entre 18 e 80 anos -, com o intuito de as apoiar e encaminhar para espaços como a Cozinha Económica.

De acordo com Jorge Alves, “tem-se notado um aumento muito grande do número de pessoas à procura de comida em contentores do lixo”, em Coimbra. Em especial, na Baixa, junto de supermercados, ao anoitecer, quando “há menos circulação e não são tão visíveis”. Nota-se, sobretudo, desde o final do ano passado.

E “não é o típico sem-abrigo”, alerta o responsável, explicando que, entre as pessoas que revolvem os detritos, à procura de comida, há aquelas que “perderam o emprego e não recorrem à caridade”. “Preferem ir ao lixo, porque sentem que não as vêem, do que recorrer às instituições”, clarifica.

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Privatização de 7% da Galp avança na próxima semana


A Parpública anunciou hoje que irá avançar com uma emissão de cerca de 900 milhões de euros de obrigações convertíveis em acções da Galp durante a próxima semana.


Em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), a sociedade gestora de capitais públicos refere que a operação se realiza no âmbito da nova fase de privatização de 7 por cento do capital da Galp.


Nota: Pois é... a pouco e pouco se vai "dando" a mão ao "capital"...

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Estranha retoma


Aumenta a probabilidade de uma nova re-recessão. Neste contexto, os governos europeus teimam em levar avante políticas aterradoras, mantendo-se numa profunda cegueira. Por Michel Husson, Regards

Há um ano, era possível identificar estes quatro dilemas da “retoma”: 1. Dilema da distribuição: restabelecimento da rentabilidade versus emprego e procura; 2. Dilema da mundialização: redução dos desequilíbrios versus crescimento global; 3. Dilema orçamental: redução dos défices versus despesas sociais; 4. Dilema europeu: cada um por si versus coordenação1.

Estas contradições marcam a conjuntura actual. Primeiro dilema: a OCDE mostra-nos que “os lucros das empresas aumentaram acentuadamente”2 e essa recuperação mantém-se numa sobreposição de contexto de desemprego: "As taxas de desemprego não parecem aumentar, mas mantêm-se elevadas”. Mas a preocupação cresce: “o clima de incerteza provoca um abrandamento da retoma”. Esse pessimismo traduz-se num ajustamento brutal das previsões: em Maio passado, a OCDE previa um crescimento de 2,2 % em França no segundo semestre. Em Setembro, a previsão foi reduzida para 0,5 %. E o mesmo se passa com os principais países europeus e nos Estados Unidos. Segundo dilema: a crescente taxa de poupança das famílias nos Estados Unidos e os planos de austeridade na Europa podem, pelo menos em teoria, reduzir os défices (externo nos EUA , de orçamento na Europa) mas esta relativa redução dos desequilíbrios leva a um abrandamento do crescimento. Terceiro dilema: no caso europeu, os planos de ajustamento implicam uma redução das despesas sociais que terá como consequência a redução da procura da maioria dos cidadãos. Por último, o quarto dilema: a Europa enfrenta divergências, concretamente devido à estratégia alemã3.

Neste contexto, é necessário todo o talento de Mme Lagarde4 para encontrar os números convenientes perante os quais seja possível ficar-se extasiado: o crescimento foi de 0,6 % no segundo trimestre, e a taxa de desemprego recuou. Nada mais humano, nesta rentrée um pouco difícil, do que agarrar-se a estas estatísticas. O problema é que elas deformam a realidade. Comecemos pelas taxas de desemprego. Baixaram de 10 % para 9,7 % no primeiro semestre: grande proeza! Teríamos de recuar dez anos para encontrar um nível tão elevado. E olhando mais de perto, uma grande parte desse resultado explica-se pelo desânimo das pessoas que desistem da procura de emprego5, sem falar das exclusões das listas de inscritos pelo Centro de Emprego. Vejamos agora o emprego: foram criados 59.000 postos de trabalho no primeiro semestre. Belo resultado: o emprego total está hoje no mesmo nível de há cinco anos e continua a ser inferior em meio milhão ao que era antes da crise. Nesse ritmo, seriam necessários vários anos para sair da hecatombe. Além disso, a quase totalidade (95 %) destes novos empregos são provisórios. Quanto ao crescimento do segundo trimestre, ele teria sido nulo sem a contribuição dos stocks6. O optimismo de Lagarde e companhia não é simplesmente uma fachada, é também um verdadeiro insulto para a maioria da população que vive este período com dificuldade, sem ter acesso aos benefícios do Cac407: +85 % no primeiro semestre8.

Vários indicadores estão prestes a reverter-se, e aumenta a probabilidade de uma nova re-recessão. Neste contexto, os governos europeus teimam em levar avante políticas aterradoras9 mantendo-se numa profunda cegueira. Todos eles contam com o crescimento mas procuram encontrá-lo à custa de uma dupla austeridade (orçamental e salarial) que só consegue impedi-lo. E a única alternativa real, provavelmente, não é imaginar maneiras melhores de obter mais crescimento. Trata-se antes de repartir as riquezas de uma forma mais favorável à satisfação das necessidades sociais.

Publicado em Hussonet

Tradução de Deolinda Peralta para o Esquerda.net

1 Capitalisme : vers une régulation chaotique, septembre 2009.

2 Reprise … des profits, note hussonet n°18.

3 Le modèle allemand n’est pas viable, note hussonet n°19.

4 Christine Lagarde, ministra francesa da Economia, da Indústria e do Emprego

5 Guillaume Duval, Dans les coulisses de la baisse du chômage.

6 Insee, Premiers résultats du 2e trimestre 2010.

7 Índice das 40 maiores empresas cotadas em na Bolsa de Paris

8 Le Monde, 2 septembre 2010.

9 ver o Manifeste d’économistes atterrés.

Reirado de: Esquerda.net

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Idosos carenciados ficam sem remédios gratuitos


Ministra da Saúde anuncia fim do regime especial para pensionistas. Baixam as compartipações dos mais vendidos. Saiba mais na edição de hoje do DN

Os medicamentos gratuitos para os pensionistas mais carenciados vão acabar. Desde há um ano que os remédios mais baratos saíam de graça a quem ganhasse menos. Mas este milhão de doentes vai passar a pagar 5% do valor marcado na embalagem. A medida faz parte de um novo pacote anunciado ontem pela ministra da Saúde, que pretende diminuir os gastos com medicamentos este ano. Alguns dos remédios mais vendidos também vão descer de escalão de comparticipação. As farmacêuticas dizem que mudança vai fazer com que alguns passem a custar o dobro aos utentes.

Nota: São sempre os mesmos a "levar na cabeça"...

terça-feira, 14 de setembro de 2010

A morte de Paula R.


Mais um assassinato do capitalismo. Paula R. trabalhava há 19 anos numa empresa, em Lisboa, na Av. do Brasil, que comercializava móveis para escritório. Não sendo grande, a empresa muito vendeu durante vários anos, obtendo enormes lucros. O patrão podia assim viver num condomínio privado e todos os anos se pavonear com novos e variados carros de luxo.

Agora com o agravamento da crise do capitalismo e com menores lucros, o patrão desinteressou-se do negócio. Embora indicando na porta da empresa que terminava as férias no último dia de Agosto deste ano, despediu os trabalhadores antes de férias, tendo preparado nas suas costas a falência da empresa. Retirou todos os bens do seu nome e, com o argumento de que estava falido, em nada indemnizou os trabalhadores.

Paula, com 47 anos, não foi capaz de aguentar o brutal e traiçoeiro despedimento e, após vários acidentes vasculares cerebrais, faleceu.

Numa época em que todos os pretextos e métodos têm servido para despedir quem trabalha, até os despedimentos por sms, a morte de Paula R. é mais uma a acrescentar ao já longo rol de vítimas do capital. Ao contrário das maravilhas que propagam alguns dos serventuários do sistema, o capitalismo, mesmo sem ser o das multinacionais, continua a matar diariamente.

Pedro Goulart - Quinta-feira, 2 Setembro, 2010

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

A pobreza sai muito caro... lá como cá!


A pobreza sai muito caro

Mia Couto

“A pobreza sai muito caro. Ser pobre custa muito dinheiro. Os motins da semana passada comprovam este parodoxo. Jovens sem presente agrediram o seu próprio futuro. Os tumultos não tinham uma senha, uma organização, uma palavra de ordem. Apenas a desesperada esperança de poder reverter a decisão de aumento de preços”
Cercado por uma espécie de guerra, refém de um sentimento de impotência, escuto tiros a uma centena de metros. Fumo escuro reforça o sentimento de cerco. Esse fumo não escurece apenas o horizonte imediato da minha janela. Escurece o futuro. Estamo-nos suicidando em fumo? Ironia triste: o pneu que foi feito para vencer a estrada está, em chamas, consumindo a estrada. Essa estrada é aquela que nos levaria a uma condição melhor.

E de novo, uma certa orfandade atinge-me. Eu, como todos os cidadãos de Maputo, necessitaríamos de uma palavra de orientação, de um esclarecimento sobre o que se passa e como devo actuar. Não há voz, não rosto de nenhuma autoridade. Ligo rádio, ligo televisão. Estão passando novelas, música, de costas voltadas para a realidade. Alguém virá dizer-nos alguma coisa, diz um dos meus filhos. Ninguém, excepto uma cadeia de televisão, dá conta do que se está passando.
A pobreza sai muito caro. Ser pobre custa muito dinheiro. Os motins da semana passada comprovam este paradoxo. Jovens sem presente agrediram o seu próprio futuro. Os tumultos não tinham uma senha, uma organização, uma palavra de ordem. Apenas a desesperada esperança de poder reverter a decisão de aumento de preços. Sem enquadramento organizativo os tumultos, rapidamente, foram apropriados pelo oportunismo da violência, do saque, do vandalismo.
Esta luta desesperada é o corolário de uma vida de desespero. Sem sindicatos, sem partidos políticos, a violência usada nos motins vitimiza sobretudo quem já é pobre.
Grave será contentarmo-nos com condenações moralistas e explicações redutoras e simplificadoras. A intensidade e a extensão dos tumultos deve obrigar a um repensar de caminhos, sobretudo por parte de quem assume a direcção política do país. Na verdade, os motins não eram legais, mas eram legítimos. Para os que não estavam nas ruas, mesmo para os que condenavam a forma dos protestos, havia razão e fundamento para esta rebelião. Um grupo de trabalhadores que observava, junto comigo, os revoltosos, comentava: são os nossos soldados. E o resto, os excessos, seriam danos colaterais.

Os que não tinham voz diziam agora o que outros pretendiam dizer. Os que mais estão privados de poder fizeram estremecer a cidade, experimentaram a vertigem do poder. Eles não estavam sugerindo alternativas, propostas de solução. Estavam mostrando indignação. Estavam pedindo essa solução a “quem de direito”. Implícito estava que, apesar de tudo, os revoltosos olhavam como legítimas as autoridades de quem esperavam aquilo que chamavam “uma resposta”. Essa resposta não veio. Ou veio em absoluta negação daquilo que seria a expectativa.
Poderia ser outra essa ausência de resposta. Ou tudo o que havia para falar teria que ser dito antes, como sucede com esses casais que querem, num último diálogo, recuperar tudo o que nunca falaram. Um modo de ser pobre é não aprender. É não retirar lições dos acontecimentos.

As presentes manifestações são já um resultado dessa incapacidade.
Para que, mais uma vez, não seja um desacontecimento, um não evento. Porque são muitos os “não eventos” da nossa história recente. Um deles é a chamada “guerra civil”. O próprio nome será, talvez, inadequado. Aceitemos, no entanto, a designação. Pois essa guerra cercou-nos no horizonte e no tempo. Será que hoje retiramos desse drama que durou 16 anos? Não creio. Entre esquecimentos e distorções, o fenómeno da violência que nos paralisou durante década e meia não deixará ensinamentos que produzam outras possibilidades de futuro.
Vivemos de slogans e estereótipos. A figura emblemática dos “bandos armados” esfumou-se num aperto de mão entre compatriotas. Subsiste a ideia feita de que somos um povo ordeiro e pacífico. Como se a violência da chamada guerra civil tivesse sido feita por alienígenas. Algumas desatenções devem ser questionadas. No momento quente do esclarecimento, argumentar que os jovens da cidade devem olhar para os “maravilhosos” avanços nos distritos é deitar gasolina sobre o fogo. O discurso oficial insiste em adjectivar para apelar à auto-estima. Insistir que o nosso povo é “maravilhoso”, que o nosso país é “belo”. Mas todos os povos do mundo são “maravilhosos”, todos os países são “belos”. A luta contra a pobreza absoluta exige um discurso mais rico. Mais que discurso exige um pensamento mais próximo da realidade, mais atento à sensibilidade das pessoas, sobretudo dessas que suportam o peso real da pobreza.

(Publicado no jornal “O País”, 04 Setembro 2010)

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Estratégias de Manipulação Mediática


Chomsky e as 10 Estratégias de Manipulação Mediática

O linguista americano Noam Chomsky elaborou a lista das "10 estratégias de manipulação" através da mídia:

1- A ESTRATÉGIA DA DISTRAÇÃO.

O elemento primordial do controle social é a estratégia da distração que consiste em desviar a atenção do público dos problemas importantes e das mudanças decididas pelas elites políticas e econômicas, mediante a técnica do dilúvio ou inundações de contínuas distrações e de informações insignificantes. A estratégia da distração é igualmente indispensável para impedir ao público de interessar-se pelos conhecimentos essenciais, na área da ciência, da economia, da psicologia, da neurobiologia e da cibernética. "Manter a atenção do público distraída, longe dos verdadeiros problemas sociais, cativada por temas sem importância real. Manter o público ocupado, ocupado, ocupado, sem nenhum tempo para pensar; de volta à granja como os outros animais (citação do texto 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')".

2- CRIAR PROBLEMAS, DEPOIS OFERECER SOLUÇÕES.

Este método também é chamado "problema-reação-solução". Cria-se um problema, uma "situação" prevista para causar certa reação no público, a fim de que este seja o mandante das medidas que se deseja fazer aceitar. Por exemplo: deixar que se desenvolva ou se intensifique a violência urbana, ou organizar atentados sangrentos, a fim de que o público seja o mandante de leis de segurança e políticas em prejuízo da liberdade. Ou também: criar uma crise econômica para fazer aceitar como um mal necessário o retrocesso dos direitos sociais e o desmantelamento dos serviços públicos.

3- A ESTRATÉGIA DA GRADAÇÃO.

Para fazer com que se aceite uma medida inaceitável, basta aplicá-la gradativamente, a conta-gotas, por anos consecutivos. É dessa maneira que condições socioeconômicas radicalmente novas (neoliberalismo) foram impostas durante as décadas de 1980 e 1990: Estado mínimo, privatizações, precariedade, flexibilidade, desemprego em massa, salários que já não asseguram ingressos decentes, tantas mudanças que haveriam provocado uma revolução se tivessem sido aplicadas de uma só vez.

4- A ESTRATÉGIA DO DEFERIDO.

Outra maneira de se fazer aceitar uma decisão impopular é a de apresentá-la como sendo "dolorosa e necessária", obtendo a aceitação pública, no momento, para uma aplicação futura. É mais fácil aceitar um sacrifício futuro do que um sacrifício imediato. Primeiro, porque o esforço não é empregado imediatamente. Em seguida, porque o público, a massa, tem sempre a tendência a esperar ingenuamente que "tudo irá melhorar amanhã" e que o sacrifício exigido poderá ser evitado. Isto dá mais tempo ao público para acostumar-se com a idéia de mudança e de aceitá-la com resignação quando chegue o momento.

5- DIRIGIR-SE AO PÚBLICO COMO CRIANÇAS DE BAIXA IDADE.

A maioria da publicidade dirigida ao grande público utiliza discurso, argumentos, personagens e entonação particularmente infantis, muitas vezes próximos à debilidade, como se o espectador fosse um menino de baixa idade ou um deficiente mental. Quanto mais se intente buscar enganar ao espectador, mais se tende a adotar um tom infantilizante. Por quê? "Se você se dirige a uma pessoa como se ela tivesse a idade de 12 anos ou menos, então, em razão da sugestionabilidade, ela tenderá, com certa probabilidade, a uma resposta ou reação também desprovida de um sentido crítico como a de uma pessoa de 12 anos ou menos de idade (ver "Armas silenciosas para guerras tranqüilas")".

6- UTILIZAR O ASPECTO EMOCIONAL MUITO MAIS DO QUE A REFLEXÃO.

Fazer uso do aspecto emocional é uma técnica clássica para causar um curto circuito na análise racional, e por fim ao sentido critico dos indivíduos. Além do mais, a utilização do registro emocional permite abrir a porta de acesso ao inconsciente para implantar ou enxertar idéias, desejos, medos e temores, compulsões, ou induzir comportamentos...

7- MANTER O PÚBLICO NA IGNORÂNCIA E NA MEDIOCRIDADE.

Fazer com que o público seja incapaz de compreender as tecnologias e os métodos utilizados para seu controle e sua escravidão. "A qualidade da educação dada às classes sociais inferiores deve ser a mais pobre e medíocre possível, de forma que a distância da ignorância que paira entre as classes inferiores às classes sociais superiores seja e permaneça impossíveis para o alcance das classes inferiores (ver 'Armas silenciosas para guerras tranqüilas')".

8- ESTIMULAR O PÚBLICO A SER COMPLACENTE NA MEDIOCRIDADE.

Promover ao público a achar que é moda o fato de ser estúpido, vulgar e inculto...

9- REFORÇAR A REVOLTA PELA AUTOCULPABILIDADE.

Fazer o indivíduo acreditar que é somente ele o culpado pela sua própria desgraça, por causa da insuficiência de sua inteligência, de suas capacidades, ou de seus esforços. Assim, ao invés de rebelar-se contra o sistema econômico, o individuo se auto-desvalida e culpa-se, o que gera um estado depressivo do qual um dos seus efeitos é a inibição da sua ação. E, sem ação, não há revolução!

No transcorrer dos últimos 50 anos, os avanços acelerados da ciência têm gerado crescente brecha entre os conhecimentos do público e aquelas possuídas e utilizadas pelas elites dominantes. Graças à biologia, à neurobiologia e à psicologia aplicada, o "sistema" tem desfrutado de um conhecimento avançado do ser humano, tanto de forma física como psicologicamente. O sistema tem conseguido conhecer melhor o indivíduo comum do que ele mesmo conhece a si mesmo. Isto significa que, na maioria dos casos, o sistema exerce um controle maior e um grande poder sobre os indivíduos do que os indivíduos a si mesmos.