segunda-feira, 11 de abril de 2011

Uma questão de "ratice"...

Um grupo de economistas entrega hoje na Procuradoria-Geral da República um documento com vista à abertura de um inquérito contra as agências de 'rating' que acusam da prática de "crime de manipulação do mercado".

Moody's, Fitch e Standard & Poor's são as agências visadas pela ação, que dará hoje entrada na instituição liderada por Pinto Monteiro.

O documento é subscrito por quatro economistas: José Reis e José Manuel Pureza, da universidade de Coimbra, e Manuel Brandão e Maria Manuela Silva, do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).

Em declarações à Lusa, José Reis realça que as agências que "intervêm no mercado português", as três referidas na denúncia, "dominam mais de 90 por cento do mercado" internacional, pelo que "é preciso saber se as leis da concorrência são respeitadas".

Duas dessas agências - Moody's e Standard & Poor's - têm inclusive um "mesmo fundo de investimento como proprietário", adverte o economista, e as decisões que as entidades tomam, "que influenciam as taxa de juro", têm um impacto significativo nos endividamento dos países, "podendo afetar a sua estabilidade" financeira e económica.

No documento que hoje chegará às mãos de Pinto Monteiro, a que a Lusa teve acesso, é dito que "quanto maior for o risco inerente a uma emissão de dívida, maior será o retorno exigido pelos investidores, ou seja, maiores serão os juros" impostos pelos mesmos.

O inquérito que os assinantes do documento querem que seja aberto deve apurar a "prática dos atos abusivos que são imputados" às três agências, a "existência de graves prejuízos produzidos nos interesses do Estado e do povo português" e a "identificação dos quadros diretivos das ditas agências e os autores dos atos" da denúncia.

Os economistas querem também saber se os "benefícios obtidos pelas agências" e os seus clientes "foram de notória importância", para além de quererem ter acesso a "todas as comunicações internas das agências de notação respeitantes às classificações referentes a Portugal" desde o ano de 2010.



1 comentário:

O Puma disse...

Haja quem não durma

e combata a canalha