terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Sócrates vem dar o exemplo


Os números foram divulgados pelo Público, que andou a ler o Diário da República à lupa para descobrir quantas nomeações tinha feito o segundo Governo de José Sócrates, o tal que celebrou a semana passada 100 dias.
Segundo apurou, foram nomeadas 1361 pessoas desde Outubro, 325 sem qualquer vínculo à Administração Pública, o que significa que nomeou mais do que o anterior Governo, mais do que Durão Barroso, e mais do que Santana Lopes. Estes recém-nomeados foram preencher lugares de adjuntos, de assessores, colaboradores e consultores, a que se somam 132 secretárias e 114 motoristas. Feita a média, o Público calcula que cada um dos 55 membros do actual governo nomeou 18,2 pessoas.
Esta informação é passível de duas leituras. A Benigna e a Maligna.
A primeira obriga-nos a dar os parabéns ao eng. Sócrates, porque decidiu, de uma cajadada, matar dois coelhos. Ou seja, por um lado, dá o exemplo de que a crise se resolve contratando mais pessoas, e como se sabe os bons exemplos devem vir de cima, e por outro contribui para o cumprimento da sua promessa original de recuperar 150 mil empregos. Aliás, para a cumprir ainda precisa de contratar mais 148 639 portugueses – o que significa que o leitor e eu ainda podemos ter esperança!
Confiamos, igualmente, que os contratados estivessem no Fundo de Desemprego, o que permitia fazer descer um dos indicadores mais deprimentes da nossa economia. A segunda, a Maligna, aponta para um fenómeno comum em Portugal: face à dificuldade de fazer mexer o sistema, opta-se por procurar fora dele os colaboradores necessários.
Acreditam que assim conseguem agilizar os seus projectos, em lugar de perderem tempo a convencer os «da casa» a trabalhar mais e melhor. Mas o sistema engole os que chegam, deixando o Estado ainda mais ineficaz.


Destak – (9 Fev 2010) Editorial de ISABEL STILWELL

1 comentário:

O Puma disse...

Será que o país já se convenceu

que a vítima é o engenheiro?

Abraço