segunda-feira, 1 de agosto de 2011

BIC ganha BPN e Estado paga custos dos despedimentos


BIC só assegura manutenção de 750 colaboradores e Estado paga "custos com eventual cessação dos vínculos" restantes, que podem ser mais de 50% dos efectivos. O governo decidiu vender o Banco Português de Negócios ao BIC, entidade de capitais angolanos liderada por Mira Amaral. Este banco ofereceu 40 milhões de euros pelas acções do BPN e a "celebração do contrato formalizando a transacção deverá ocorrer num prazo máximo de 180 dias", incluindo todas as autorizações legais necessárias, segundo comunicado do Ministério das Finanças divulgado ontem, último dia dado pela troika para que o governo encontrasse um comprador para o BPN. O Estado e o BIC vão agora ultimar os pormenores do negócio, tendo já ficado acordado que caso este banco venha a conseguir um lucro acumulado superior a 60 milhões de euros nos próximos cinco anos, "será pago ao vendedor uma percentagem de 20% sobre o respectivo excedente, a título de acréscimo de preço" - ou seja, se o banco conseguir acumular 65 milhões de lucro nos próximos cinco anos, o Estado receberá mais um milhão de euros. Também ficou definido que "a recapitalização do BPN, prévia à transmissão das acções, ascenderá a cerca de 550 milhões de euros", a serem realizados pelo Estado. Segundo as Finanças, o BPN custou aos contribuintes até agora 2,4 mil milhões de euros. 830 empregos em risco O BIC, liderado pelo ex-ministro do PSD, Mira Amaral, também não parece disposto a ficar com a maioria dos colaboradores do BPN. Segundo o comunicado das Finanças, "a proposta apresentada pelo Banco BIC assegura a integração de um mínimo de 750 dos actuais 1580 colaboradores do BPN", sendo que serão os contribuintes a pagar os despedimentos no banco que foi nacionalizado em 2008. "Serão suportados pelo Estado os custos com a eventual cessação dos vínculos laborais dos trabalhadores das agências e/ou centros de empresa que venham a ser encerrados ou reestruturados num prazo máximo de 120 dias após a data de transmissão das acções", lê-se no comunicado.

Comentário de um leitor:

Está a começar o compadrio e os favores aos amigos... O ''iluminado''' presidente do BIC, que por «mero acaso» esteve 18 meses na administração da CGD e que por isso aufere 18000 euros mês de reforma, continua a saquear o Estado. Como é que uma oferta de 40 milhões e venda a capital estrangeiro é melhor que 100 milhões oferecidos por um consórcio português é coisa que não percebo. Não é corrupção, compadrio, lobby angolano.... sou eu que sou burro. Mudaram as moscas, porque a m a continua a ser a mesma...

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