Não tenho boa memória nem sou coleccionador de indignidades mas lembro-me de Coelho-candidato garantindo que o subsídio de Natal era intocável e nunca seriam aumentados os impostos sobre o rendimento e de Coelho-primeiro-ministro indo buscar metade do subsídio de Natal e criando uma nova taxa sobre o IRS; da promessa de não usar a "herança" de anteriores governos como álibi e da rábula do "desvio colossal"; da garantia de que não haveria cortes salariais nem despedimentos no Estado e do anúncio de despedimentos na administração indirecta do Estado; da promessa de despartidarização do Estado ("A nossa preocupação não é levar para o Governo amigos, colegas ou parentes") e das centenas de nomeações de "boys" para todo o tipo "jobs", de que o caso mais escandaloso será o da CGD para cuja administração foram, talvez só com uma excepção, nomeados 11-amigos-11 do PSD, CDS e... presidente da República.
O caso da CGD é tão chocante que, no domingo, num justificado "lapsus calami", o "Jornal de Negócios" online lhe chamava "bando do Estado" em vez de "banco do Estado".
Crónica de: Manuel António Pina
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