quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Bruxelas confirma “deslize” de 500 milhões na Madeira


É só mais um... deslize!... Imagine-se de 500 milhões. O "regabofe" continua neste Portugal vilpendiado pelos senhores do capital de mãos dadas com a (pactuante) classe política.

"A Comissão Europeia confirmou hoje “deslizes” nas contas públicas da Madeira na ordem dos 500 milhões de euros, que agravam o défice português em 0,3 por cento do PIB, e reclamou uma melhor monitorização para prevenir novas derrapagens." (Jornal "Público")

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Não são anarquistas, são os contagiados pela crise


A violência que alastra pelos bairros de Londres apresenta como denominador comum jovens, de caras tapadas com lenços e alguns deles trajando de negro. O suficiente para um dos nossos canais de televisão ter alvitrado, na tarde de ontem, que eram anarquistas. Valha-nos Santa Engrácia! Quanto à violência, essa, tem sido a típica dos motins em meios urbanos: incêndios e pilhagens num toca e foge difícil para as forças policiais.

Em primeiro lugar, é preciso recordar que a polícia londrina ainda ostenta a fama de ser bem mais preventiva que repressiva. Podemos, deste ponto de vista, estar descansados em matéria de uso relativo da força. Só não terá ideia disto quem nunca passou um fim-de-semana na capital inglesa.

Em segundo lugar, é preciso recordar que a Inglaterra é um grande país de acolhimento de emigrantes, incluindo compatriotas nossos, e que Londres é verdadeiramente exponencial na exibição que faz dessa combinação de raças, credos e modos de vida. Uma combinação luxuriante em tempos de vacas gordas mas que rapidamente pode descambar em pequenos ódios de estimação capazes de alimentar todas as rixas e descambar mesmo em batalhas campais quando o posto de trabalho passa a ser disputado como se fosse o último lugar à mesa e as regalias do modelo social europeu vão desaparecendo do mapa desta terra prometida.

Sejamos, pois, prudentes. Londres é já ali...

O modo como desordens sociais alastram rapidamente em grandes centros urbanos como Londres ou Paris ou Madrid tem dado pano para mangas nas mãos de alguns alfaiates da análise política sempre predispostos a etiquetar tudo e todos. E também a retirar conclusões susceptíveis de alinhar mundividências, geralmente moralistas e sobretudo convenientes a uma certa ideia superior de eurocentrismo. Gente que pretende resolver a intrincada equação dos imigrantes exclusivamente à custa das necessidades dos que chegam sem cuidar de conferir quanto os europeus se serviram deles para garantir superiores padrões de vida, rejeitando trabalhos sujos, precários e duros.

Quando a violência principiou em Tottenham, há três dias, em causa não parecia estar nenhum dos factores sociais negativos da crise, mas, passados três dias, já ninguém acredita que os incêndios, as pilhagens, os feridos e os detidos continuem a alastrar apenas por efeito de um confronto meio anarquista entre jovens e polícias.

Quem assim pensar não irá certamente a tempo de contribuir positivamente para que a crise económico-financeira não contamine os tecidos sociais do multiculturalismo europeu.

crónica de: Manuel Tavares

PS - Há, com certeza, muita gente que não concordará com esta abordagem feita pelo jornalista. Mas é como o ditado espanhol diz: "

"Yo no creo en brujas!... pero que las hay, las hay."

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Capitão Europa? Ou capitão Trovão?


O Capitão América é hoje um herói tão imponente como a brigada do reumático. Serve para que os americanos ainda acreditem que são o polícia e o Fort Knox do mundo. Erro: o que se está a passar mostra que os EUA podem distorcer a realidade, mas são incapazes de a revogar. Quando Vladimir Putin chamou "parasitas" a quem vive do monopólio do dólar, não estava a encher a boca de moscas nem a dizer asneiras. Os EUA estão a chutar os problemas para o futuro. À bruta: porque o seu futebol é mais físico do que o europeu. Ao contrário do que frivolamente dizia Barack Obama é aqui que os EUA são, na sua diferença, iguais a Portugal e à Grécia. É o dólar como moeda global que começa a estar em causa. E é isso que a Europa não consegue entender de vez. O incêndio que começa a lavrar nas planícies da Itália e da Espanha mostra que o problema europeu está vivo e não se recomenda. O euro poderia ser a moeda que equilibrasse a hegemonia do dólar. A Europa, nitidamente, não quer. A UE é a quinta coluna que quer destruir o euro por dentro. Isso tem a ver com a crise de identidade da Alemanha. Ou toma uma posição de liderança neste momento ou deixa cair o euro e este transforma-se numa mistura abominável de spaghetti e tapas. A UE precisa de um Capitão Europa. Não tão idiota como o Capitão América que os americanos estão a tentar vender ao mundo para esconder a esquizofrenia de Obama e do Tea Party. No meio de tudo isto Portugal está preso desta metafísica das constipações: não será a austeridade que impedirá a tosse convulsa. É preciso um Capitão Europa! Dead or Alive, pede o mundo.

Crónica de: Fernando Sobral

Digo eu:

Precisará de um capitão Europa ou de um capitão Trovão para "decapitar" alguns "polvos" que querem destruir o estado social por um estado virado para o capitalismo selvagem e desenfreado?

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Os pobres, os outros e Jardim


"All goodfellas" que nos fod... a torto e a direito.


1. O "Super-Álvaro", ministro da Economia, Obras Públicas e Emprego, é uma pessoa de quem vale a pena esperar coelhos da cartola - por todas as razões (humanas, intelectuais e de seriedade). Mas tem pela frente tarefas de tal complexidade que, quando tapa de um lado, corre o risco de destapar do outro.

Vejamos a medida para fazer face ao aumento de transportes, e que o JN pôs ontem na capa: descontos nos transportes para quem é pobre.

São quase dois milhões - pensionistas, beneficiários do rendimento de inserção, pessoas com salário mínimo e desempregados. É justo? Sim. Mas, já agora: e as pessoas que ganham 500 euros e vão trabalhar todos os dias? E as de 600 euros, com filhos, família...? Já não são pobres? Não reconhecemos, sistematicamente, o esforço de quem vive no limiar da pobreza e luta contra ela de todas as formas que pode. Se quem recebe 600 euros não tem direito a desconto nos transportes, nem gás ou luz bonificados, nem livros grátis para os filhos na escola, etc., muitas pessoas pensam: ok, mais vale desistir e alguém há-de tomar conta de mim. Exactamente o contrário do que precisamos.

2. É que, ainda por cima, o preço dos transportes vai voltar a subir "brutalmente" nos próximos meses, dizia a notícia de ontem. Agora, imagine-se a maioria dos trabalhadores, com um ou dois filhos a estudar, a terem de novo passes mais caros 10 ou 15% em Janeiro... Por isso reafirmo que a solução para as empresas de transportes não pode passar apenas pelo utilizador-pagador. Há que chamar a esta conta os não-utilizadores, ou seja, as pessoas que usam os automóveis. Com um pressuposto óbvio: reforçar-se a oferta de transporte público, investir em novas linhas (ainda que, admito, não de imediato). Fazer-se um plano a 10 anos para as grandes cidades. Tem de haver um equilíbrio com sentido. Sem isso, é só dor.

3. Aliás, o Jornal de Negócios de ontem abria uma janela para este assunto. Segundo diz, a Estradas de Portugal pretende colocar portagens em vias ainda isentas. Exemplos: a auto-estrada IC19 Lisboa--Sintra (até agora isenta), a CRIL (Circular Interna de Lisboa), alguns IP com perfil de auto-estrada. No Norte, já se paga tudo, portanto, nenhuma novidade à vista. Não sei se se pretende impor portagens na Segunda Circular/Eixo Norte-Sul (Lisboa), ou na Via de Cintura Interna (Porto), mas as duas não estão na lista. No entanto, o dinheiro parece ser destinado a tapar apenas o próprio buraco da Estradas de Portugal. É pena. Seria uma boa receita para CP e Refer (desde que passem a ser bem geridas), e se se provasse que há nestas localidades oferta digna de transportes públicos. Ainda assim, sobra um factor injusto nesta história das "portagens em todo o lado": o exorbitante preço "Brisa" a todas as estradas, como se todas fossem iguais. Aliás, o Governo devia estar atento às actualizações das portagen profissionais - classes 2, 3 e 4. Têm valores exorbitantes e são um garrote sobre as empresas.

4. Por fim: apetece baixar os braços quando vemos Alberto João Jardim levar sempre a sua avante. Os madeirenses não vão contribuir para a diminuição da dívida nacional com os 50% do subsídio de Natal. São mais 12 milhões a ajudar os desvarios de Jardim porque o dinheiro fica na região. Este homem recebeu 700 milhões de euros por causa da tragédia de 2010 e não admitiu, pelo menos, a irresponsável falta de ordenamento do território da ilha e para cujas consequências foi sistematicamente avisado. A Madeira suspende os planos directores municipais ao sabor das conveniências e não tem em vigor coisas básicas como o Plano de Ordenamento da Orla Costeira aplicável ao território nacional. Em 35 anos, Jardim não conseguiu que a região deixasse de ser dependente da construção e do turismo. Pelo contrário, reforçou esta espiral com uma oligarquia de "boys" e empresas do regime. Quer nova maioria absoluta? Este homem não tem uma ideia nova para a ilha. Vive com uma nova droga financeira que mina o próprio país, o inenarrável off-shore. Francamente: vale a pena ajudar a Madeira, é Portugal. Não vale a pena sustentar o jardim de betão de Jardim.

Crónica de: Daniel Deusdado

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Videojogos violentos retirados do mercado após ataque na Noruega

Os ataques perpetrados por Anders Behring Breivik levaram a que uma cadeia de lojas com presença na Noruega decidisse retirar das suas prateleiras videojogos violentos por respeito às vítimas dos ataques.

Breivik é um fã confesso de videojogos violentos. De acordo com o seu manifesto que foi publicado online, o homem admitiu usar o "World of Warcraft" com o objectivo de se manter afastado de familiares e amigos e o "Call of Duty" para treinar a pontaria.


A cadeia Coop Norway, originária da Dinamarca, decidiu - sem pressões governamentais - retirar dezenas de videojogos violentos e de guerra que pudessem de alguma maneira fazer lembrar a tragédia e para evitar que a sua presença nas lojas afastasse os familiares das vítimas.

O director das lojas norueguesas, Geir Inge Stokke, explicou ao jornal local “Rogalands Avis” que a decisão foi tomada “em consideração com todos os afectados”.

A retirada dos jogos acontece depois de ter sido conhecido “o alcance do ataque”, explicou o director. “Não nos surpreenderia que outras cadeias fizessem o mesmo”, acrescentou.

De momento não há uma data concreta para voltar a pôr à venda estes videojogos.

No total, a Coop Norway retirou 51 títulos do mercado, incluindo o "World of Wacraft", "Homefront", "Call of Duty: Black Ops", "Call of Duty: Modern Warfare 2", "World at War", "Call of Duty 4: Modern Warfare", "Sniper Ghost Warrior" e "Counter-Strike Source".

Anders Behring Breivik, de 32 anos, fez explodir uma bomba no centro de Oslo para depois se deslocar até à ilha de Utoya onde matou a tiro dezenas de jovens que estavam reunidos numa universidade de Verão do Partido Trabalhista. No total, Breivik matou 76 pessoas no dia 22 de Julho de 2011.


Ver mais em: http://peroladecultura.blogspot.com/2011/07/anders-behring-breivik-cavaleiro.html

" O bando do Estado"


Coelho e Portas não são originais por terem esquecido tudo o que proclamaram na Oposição e prometeram em campanha. Isso é a rotina, e daí que os políticos tenham hoje junto dos portugueses um "rating" muito abaixo de lixo. A originalidade deste Governo é que, em mês e meio, já bateu todos os recordes de promessas e garantias não cumpridas.

Não tenho boa memória nem sou coleccionador de indignidades mas lembro-me de Coelho-candidato garantindo que o subsídio de Natal era intocável e nunca seriam aumentados os impostos sobre o rendimento e de Coelho-primeiro-ministro indo buscar metade do subsídio de Natal e criando uma nova taxa sobre o IRS; da promessa de não usar a "herança" de anteriores governos como álibi e da rábula do "desvio colossal"; da garantia de que não haveria cortes salariais nem despedimentos no Estado e do anúncio de despedimentos na administração indirecta do Estado; da promessa de despartidarização do Estado ("A nossa preocupação não é levar para o Governo amigos, colegas ou parentes") e das centenas de nomeações de "boys" para todo o tipo "jobs", de que o caso mais escandaloso será o da CGD para cuja administração foram, talvez só com uma excepção, nomeados 11-amigos-11 do PSD, CDS e... presidente da República.

O caso da CGD é tão chocante que, no domingo, num justificado "lapsus calami", o "Jornal de Negócios" online lhe chamava "bando do Estado" em vez de "banco do Estado".

Crónica de: Manuel António Pina

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

BIC ganha BPN e Estado paga custos dos despedimentos


BIC só assegura manutenção de 750 colaboradores e Estado paga "custos com eventual cessação dos vínculos" restantes, que podem ser mais de 50% dos efectivos. O governo decidiu vender o Banco Português de Negócios ao BIC, entidade de capitais angolanos liderada por Mira Amaral. Este banco ofereceu 40 milhões de euros pelas acções do BPN e a "celebração do contrato formalizando a transacção deverá ocorrer num prazo máximo de 180 dias", incluindo todas as autorizações legais necessárias, segundo comunicado do Ministério das Finanças divulgado ontem, último dia dado pela troika para que o governo encontrasse um comprador para o BPN. O Estado e o BIC vão agora ultimar os pormenores do negócio, tendo já ficado acordado que caso este banco venha a conseguir um lucro acumulado superior a 60 milhões de euros nos próximos cinco anos, "será pago ao vendedor uma percentagem de 20% sobre o respectivo excedente, a título de acréscimo de preço" - ou seja, se o banco conseguir acumular 65 milhões de lucro nos próximos cinco anos, o Estado receberá mais um milhão de euros. Também ficou definido que "a recapitalização do BPN, prévia à transmissão das acções, ascenderá a cerca de 550 milhões de euros", a serem realizados pelo Estado. Segundo as Finanças, o BPN custou aos contribuintes até agora 2,4 mil milhões de euros. 830 empregos em risco O BIC, liderado pelo ex-ministro do PSD, Mira Amaral, também não parece disposto a ficar com a maioria dos colaboradores do BPN. Segundo o comunicado das Finanças, "a proposta apresentada pelo Banco BIC assegura a integração de um mínimo de 750 dos actuais 1580 colaboradores do BPN", sendo que serão os contribuintes a pagar os despedimentos no banco que foi nacionalizado em 2008. "Serão suportados pelo Estado os custos com a eventual cessação dos vínculos laborais dos trabalhadores das agências e/ou centros de empresa que venham a ser encerrados ou reestruturados num prazo máximo de 120 dias após a data de transmissão das acções", lê-se no comunicado.

Comentário de um leitor:

Está a começar o compadrio e os favores aos amigos... O ''iluminado''' presidente do BIC, que por «mero acaso» esteve 18 meses na administração da CGD e que por isso aufere 18000 euros mês de reforma, continua a saquear o Estado. Como é que uma oferta de 40 milhões e venda a capital estrangeiro é melhor que 100 milhões oferecidos por um consórcio português é coisa que não percebo. Não é corrupção, compadrio, lobby angolano.... sou eu que sou burro. Mudaram as moscas, porque a m a continua a ser a mesma...