terça-feira, 22 de julho de 2008

Conta-me como foi (como é...)


Porque foram tempos que vivi... considero que esta série retrata “muito bem” como era o Portugal de então. Problemas como a emigração, a guerra colonial, a pobreza, a falta de instrução, a exploração, a “politica escondida”, o “medo” são retratos de ontem e... de hoje. Também um dia se fará história sobre este período...
Vale a pena ser vista!...

“Desde esta semana podemos vê-la diariamente na RTP1, na reposição de “Conta-me como foi”, ainda que não lhe agrade aparecer com esta regularidade. Depois da experiência como jurada no “Dança comigo”, Rita regressou aos palcos com a“A festa”, no Teatro Maria Matos, em Lisboa.
A que memórias daquela época recorreu para construir a Margarida?
A série começa na década de 60, mas na de 70 e 80 as coisas não eram assim tão diferentes. Somos um país lento a evoluir. Reportei-me à minha família: à maneira de falar da minha avó. Os meus parentes eram todos do Norte, do Douro, e migraram para Lisboa, mas as raízes eram do campo. Lembrei-me da maneira conservadora com as pessoas se tratavam. Hoje a minha filha trata-me por tu, mas eu nunca tratei a minha mãe assim. E ela não se atrevia a falar com a minha avó sem dizer “minha mãe”. Recorri ainda aos filmes dos anos 40 e ao que li, desde Eça de Queirós, a Júlio Dinis. Tinha uma família envolvida politicamente e anti-sistema - o meu padastro foi preso político, pertencia ao partido comunista. Quando era miúda, sabia que havia coisas que não se podia dizer. Conheci o Zeca Afonso, o José Mário Branco. Andei ao colo deles. Hoje a vida é mais “stressante”, acontece tudo depressa. Antes, falava-se mais devagar.
A sua personagem é uma esposa e mãe subordinada ao machismo...
As mulheres naquela altura eram submissas, mas, às vezes, lá levavam a sua água ao moinho. Conseguiam levar avante o que queriam mas tinha de ser com cuidadinho. Esta personagem tem um marido que, apesar de tudo, a ama, não querendo contudo dizer que as pessoas não se amassem na época, mas a verdade é que não havia muitos casais que depois de 20 e tal anos juntos permanecessem apaixonados. O homem mandava e a mulher baixava a bolinha. A Margarida começa a ganhar dinheiro através da costura e vai conseguindo evoluir, porque é esperta, tem uma forma de submissão manipuladora. “

In: http://jn.sapo.pt/PaginaInicial/Media/Interior.aspx?content_id=969760

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