terça-feira, 1 de julho de 2008

O Menino de Ouro e... os "outros"...


Deus meu!... O que se faz para se "subir na vida"...

Manuel Dias Loureiro, empresário, “barão” do PSD, conselheiro de Estado indicado pelo Presidente da República, mais parecia, ontem, um fervoroso militante socialista.
No lançamento de uma biografia de José Sócrates da autoria da jornalista Eduarda Maio, sob a chancela da Esfera dos Livros, o ex-ministro elogiou a autora do livro (“uma investigação exaustiva” que é “fácil de ler”) mas em relação ao próprio biografado foi verdadeiramente hiperbólico.
Fez inclusivamente “sombra” ao outro apresentador da obra, portador de cartão de militante do PS,o ex-ministro e ex-comissário europeu António Vitorino.
Dias Loureiro declarou-se “emocionado” com o “lado dos afectos” retratado na biografia (intitulada “José Sócrates – O menino de ouro do PS”), sobretudo na parte em que a autora referiu a ligação do líder socialista à aldeia transmontana onde nasceu há 50 anos, Vilar de Maçada. “Há duas coisas que não podemos escolher: os nossos pais e a terra onde nascemos. Temos a obrigação de respeitar essa herança, amá-la e transmiti-la”, afirmou. Mas Dias Loureiro elogiou também as características políticas de Sócrates.
Por exemplo, a sua “atenção aos detalhes”. “Só quem está atento aos detalhes pode fazer grandes coisas. Essa é uma característica dos grandes homens.” Elogiou-lhe também a “sensatez” e a “prudência” e ainda o seu “optimismo”: “O optimismo de Sócrates faz muito bem a Portugal”.
O outro apresentador, o socialista António Vitorino, sublinhou o “risco” de escrever uma biografia de um político ainda no activo – sendo portanto lida à luz das “paixões”que o biografado provoca. “Um livro destes é muito raro”, sublinhou, salientando a pouca tradição nacional nas biografias.
Vitorino referiu Sócrates como o primeiro chefe do Governo pós-25deAbril “totalmente formado” depois da Revolução, enfatizando também que “deu pela primeira vez o passo para o outro lado da fronteira”– rompeu com o hábito de manter essa parte da sua vida fora do escrutínio público.

(In jornal "Global" de 1 de Julho de 2008).

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