quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Até parece que descobriram a "pólvora".


"O velho modelo está morto." A hora da morte foi ontem pronunciada por Dominique Strauss-Kahn, director-geral do FMI. "A globalização deu-nos muito. Ajudou centenas de milhões a sair da pobreza [...], deu novas potências económicas ao mundo e mudou a balança do poder global", começou por dizer no discurso de abertura do Fórum do Desenvolvimento Humano, em Agadir, Marrocos. Depois lembrou o "lado negro" desta mesma globalização: "Atrás dela está um intervalo crescente entre ricos e pobres - especialmente dentro dos países. A má distribuição da riqueza piorou os indicadores sociais, o desenvolvimento humano está em níveis recorde pela negativa, e há cada vez mais ansiedade e insegurança face ao futuro." Daqui só há uma sentença possível: "Fundamentalmente, o modelo de crescimento que co-existiu com a globalização é insustentável. O crescimento foi demasiado puxado pela dívida em alguns países [...] e a ilusão de estabilidade ficou para sempre morta com a actual crise financeira." O sector financeiro assumiu demasiados riscos, salientou também, decretando assim que "o velho modelo está morto". E o novo modelo? Como será? "Crescimento económico não é suficiente, precisamos de crescimento com criação de emprego. E emprego não é suficiente, tem de ser emprego decente, de modo que todos beneficiem da maré", tentou apontar como caminho, ao mesmo tempo que calculou em 30 milhões os empregos perdidos com a crise. Filipe Paiva Cardoso

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