quinta-feira, 3 de março de 2011

"Geração à Rasca" já mobiliza mais de 37 mil e estende-se a 7 cidades


Mais de 37 mil pessoas confirmaram até hoje, no Facebook, a participação no Protesto Geração à Rasca, agendado para 12 de março em Lisboa e Porto, mas que já se estendeu a Viseu, Leiria, Faro, Funchal e Ponta Delgada.

Destak/Lusa | destak@destak.pt

Na página do Facebook da iniciativa, o apelo é lançado aos “desempregados, ‘quinhentoseuristas’ e outros mal remunerados, escravos disfarçados, subcontratados, contratados a prazo, falsos trabalhadores independentes, trabalhadores intermitentes, estagiários, bolseiros, trabalhadores-estudantes, estudantes, mães, pais e filhos de Portugal!”.

Paula Gil, uma das organizadoras, não esconde o seu espanto pela enorme adesão que teve a iniciativa, que começou por ser uma ideia de quatro amigos, mas explica-a de forma muito simples: “a precariedade é transversal e afeta muita gente”.

A ideia partiu de uma conversa entre quatro amigos, que estavam a debater a situação do país e que, sabendo que havia muita gente na sua situação, se lembraram de criar uma página na rede social Facebook a apelar para um protesto, explicou à Lusa Paula Gil.

“Nunca pensámos ter um crescimento tão grande em tão pouco tempo. Ao fim de alguns dias, tínhamos 800 inscrições, de várias pessoas que nenhum de nós conhecia”, afirmou.

Mas as proporções que assumiu a iniciativa dos jovens foi tal que acabou por sair do seu domínio e aquilo que seria um protesto simultâneo na Avenida da Liberdade, em Lisboa, e na Praça da Batalha, no Porto, já se estendeu a Viseu, Leiria, Faro, Funchal e Ponta Delgada.

“Pelo menos esta é a informação que nos tem chegado. Fomos recebendo contactos destas cidades e embora não sejamos nós a organizar o protesto nas outras cidades, acredito que vai haver adesão”, disse Paula Gil.

A página foi criada por João Labrincha, com a participação de Paula Gil, Alexandre de Sousa Carvalho e António Frazão.

O protesto, que se afirma “apartidário, laico e pacífico”, reclama o direito ao emprego e à educação, a melhoria das condições de trabalho e o fim da precariedade, pelo “reconhecimento das qualificações, competência e experiência, espelhado em contratos e salários dignos”.

Quanto a expetativas de participação no evento, Paula Gil reconhece que não pode elaborar previsões com base no Facebook, mas tem “esperança que a adesão seja tão grande ou maior do que o número de inscrições”.

Segundo a organizadora, a autorização para o protesto já foi pedida ao Governo Civil.

Questionada sobre as mudanças que os organizadores esperam poder vir a operar no país com este “Protesto da Geração à Rasca”, Paula Gil responde: “temos esperança de colocar, ainda mais do que já colocámos, o tema na agenda política e que se perceba que as soluções partem de uma concertação social entre todos, incluindo nós”.

Na página do protesto, no Facebook, é pedido aos manifestantes que levem uma folha A4 com “o motivo da presença e uma solução”, para depois ser entregue na Assembleia da República.

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