quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

A Europa da Sra. Merkel e do Sr. Sarkozi.


A Europa está mais preocupada em manter os líbios encerrados nas suas fronteiras do que em condenar o massacre levado a cabo pelo ditador Muammar Kadhafi e em apoiar os cidadãos que "jogam a sua vida para combater uma velha tirania"

A acusação é do El País, que no seu editorial arrasa a "a mesquinhez" dos líderes europeus e considera que esta não é a União Europeia (UE) que deveria existir perante as revoluções no Magrebe e no Médio Oriente. "Ao silêncio e à paralisia com que se receberam as manifestações que acabaram com as ditaduras de Ben Ali e de Mubarak, na Tunísia e no Egípcio, soma-se agora a fraqueza. Quando um tirano lança tanques e aviões contra os cidadãos que o repudiam, e entre os quais o número de mortos chega às centenas, é simplesmente vergonhoso que se fale em contenção no uso da força", escreve o diário espanhol.

O El País lembra que estes não são os primeiros crimes cometidos por Kadhafi, mas são os levados a cabo de forma mais descarada, e critica as cautelas no comunicado emitido pela alta representante europeia de Política Externa, Catherine Ashton, e nas mensagens do Conselho de Ministros europeus. Além disso, considera que, se a Itália e a República Checa conseguiram travar uma posição comum da UE de maior firmeza, isso só aconteceu porque os restantes 25 países "não estão incómodos" com isso, o que se trata de "uma humilhante derrota para todos".

Para o jornal espanhol, a Europa renunciou a distinguir entre um imigrante e um refugiado e deixou de conseguir hierarquizar os problemas à custa de passar o tempo a olhar para o seu próprio umbigo, colocando à frente do apoio às populações martirizadas uma obsessão (imigração ilegal) dos partidos populistas que passou para os outros, os democráticos, que fazem tudo em troca de votos.

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