Se o bebé sete mil milhões nascesse em Portugal, em que país viveria quando atingisse a maioridade? “O mais provável era que tivesse emigrado ou que estivesses prestes a fazê-lo”, responde João Peixoto, demógrafo e professor no ISEG. “Não viveria cá ou pelo menos estaria a preparar a saída”, concorda Jorge Malheiros, do Instituto de Geografia da Universidade de Lisboa.
segunda-feira, 31 de outubro de 2011
Se o bebé sete mil milhões nascesse em Portugal, talvez emigrasse
Se o bebé sete mil milhões nascesse em Portugal, em que país viveria quando atingisse a maioridade? “O mais provável era que tivesse emigrado ou que estivesses prestes a fazê-lo”, responde João Peixoto, demógrafo e professor no ISEG. “Não viveria cá ou pelo menos estaria a preparar a saída”, concorda Jorge Malheiros, do Instituto de Geografia da Universidade de Lisboa.
domingo, 30 de outubro de 2011
Grupos cristãos vão defender as tendas dos indignados em Londres
Sábado, perto de uma dezena de associações de solidariedade e grupos cristãs de jovens e trabalhadores ofereceram-se para servir de barreira a uma intervenção policial. “Como cristãos devemos estar ao lado das pessoas de todas as religiões que lutam de forma não violenta contra a injustiça económica”, lê-se num comunicado conjunto. E a polémica subiu de tom, depois de terem surgido notícias de que os responsáveis da catedral decidiram adiar a publicação de um relatório crítico sobre os padrões morais dos banqueiros da City, o coração financeiro de Londres onde se situa o templo. Segundo o Guardian, o documento baseia-se num questionário a 500 trabalhadores do sector financeiro sobre a justiça dos salários e bónus que auferem.
Tentando serenar os ânimos, o bispo de Londres, Richard Chartres, e o deão da catedral foram neste domingo ao acampamento, tendo assegurado que o recurso aos tribunais não significa que apoiem uma intervenção policial. “Não acredito que vá conduzir imediatamente a confronto. É apenas uma medida prudente”, disse o bispo, perante os apupos de alguns indignados, sublinhando que ninguém pode garantir que outros grupos, menos pacíficos, tomem conta do local.
As tendas começaram a ser erguidas junto à catedral a 15 de Outubro, após o protesto mundial contra a ganância dos mercados. O acampamento foi crescendo, forçando o fecho do monumento durante uma semana, situação que levou a catedral e a corporação que gere a City a desencadearam acções legais para o seu desmantelamento.
O Rei da Respública do raio que o parta.
sexta-feira, 28 de outubro de 2011
quarta-feira, 26 de outubro de 2011
O bom aluno
Sócrates e o seu ministro Teixeira dos Santos, apesar de rebeldes e de tentarem seduzir uma professora alemã, também foram bons alunos. Promoveram a Ciência e reduziram o défice para menos de 3%. Mas depois veio a crise do subprime e os professores da Europa, inspirados pelo velho plano Marshall, mandaram os países endividarem-se. E assim fizeram os bons alunos. A seguir, porém, dívidas contraídas, os professores da Europa deram-se conta de que estavam numa economia global governada por mercados usurários e mudaram de teoria: mandaram apertar o cinto.
Hoje, os professores da Europa já não se entendem, e os seus alunos não sabem por onde estudar. Por exemplo, o nosso Primeiro, que se acha o melhor aluno e quer ir além dos mestres, em vez de apertar o cinto na barriga, apertou-o no pescoço. E, ironia do destino, também Durão Barroso já é professor da Europa. Defende a taxa Tobin e os eurobonds. O problema é que ninguém lhe liga.
J.L. Pio Abreu
Imagem retirada do blog "We Have Kaos in the Garden".
terça-feira, 25 de outubro de 2011
Gozar connosco é que não!
A Verdade sobre Passos Coelho
"Junho 3, 2011 in Legislativas 2011 | Tags: Ângelo Correia, BPN, Fomentinvest, Passos Coelho, PSD, SDEL
Todos os candidatos destas eleições viram a sua vida escrutinada ao mais ínfimo pormenor. Sabemos tudo e conhecemos bem o passado de José Sócrates, Paulo Portas, Jerónimo de Sousa e Francisco Louçã. De Pedro Passos Coelho nada. Funciona como uma espécie de apagão de “lápis azul” na imprensa portuguesa o escrutínio sobre o passado profissional do líder do PSD que se candidata a futuro Primeiro-ministro. E afinal que passado.
Pedro Passos Coelho tem vários processos de execução fiscal pessoais por frequentes apresentações de declarações fora de prazo. (aqui identificamos alguns desses processos e respectivas coimas).
E como administrador do Grupo Fomentinvest Ambiente, SGPS viu-se envolvido em mais de 10 processos de contra-ordenação (em anexo mapa dos processos de contra-ordenação).
O último foi enquanto Presidente do Conselho de Administração da RIBTEJO em que perdeu no Tribunal da Relação um processo “por muito grave incumprimento das normas de qualidade de água tendo sido aplicada uma coima de 60 mil euros” (outro processo em anexo).
Vale a pena também investigar as “ligações perigosas” do grupo empresarial a que Pedro Passos Coelho está ligado e onde se destacaram os irmãos Cavaco acusados de burla qualificada no caso BPN e Horácio Luis de Carvalho acusado de corrupção activa e branqueamento de capitais e sócio da sub-holding Tejo-Ambiente (que inclui a Ribtejo e HLCTejo).
O Blogue “ Lápis Azul” não tem medo, não tem receio e quebra o manto de silêncio sobre os interesses que estão por detrás de Passos Coelho e da sua ânsia de privatizações. Veja-se o caso das Águas de Portugal e o interesse da Fomentinvest e do seu amigo Ângelo Correia (esta o Expresso não deixou escapar em nota de rodapé)."
PS - Atrasado mas... sempre actual!...
segunda-feira, 24 de outubro de 2011
Vasco Lourenço alerta que poder foi tomado por "bando de mentirosos"
O capitão de Abril Vasco Lourenço defendeu este sábado que o poder foi tomado por um "bando de mentirosos", justificando a conclusão com um vídeo que "corre" na Internet com declarações de Passos Coelho que foram "renegadas" nos actos do Governo.
O presidente da Associação 25 de Abril falava aos jornalistas no final de um encontro que juntou cerca de um milhar de militares e que, por proposta das associações (de oficiais, de sargentos e de praças), foi decidido por maioria esmagadora promover uma concentração de protesto, dia 12 de Novembro, no Rossio, em Lisboa, contra as medidas de austeridade impostas pelo Governo aos portugueses e aos militares.
"Ao ver aquele vídeo, eu tenho que chegar à conclusão que são um bando de mentirosos, de mentirosos puros", declarou Vasco Lourenço, observando que, ao fazer o confronto entre o vídeo e a realidade, o primeiro-ministro "renega nos actos tudo aquilo que acabou de dizer há muito pouco tempo".
O militar de Abril disse ter visto o "vídeo" e ficado "absolutamente indignado" e "escandalizado", ironizando que se diziam que José Sócrates era o "Pinóquio", este primeiro-ministro comparado com ele "cuidado".
Nas palavras de Vasco Lourenço é "preciso desmascarar os indivíduos que ocupam o poder" e que "o estão a roubar", vincando que se "sente roubado".
PS - Companheiro Vasco não te esqueças do que disseste!...
sexta-feira, 21 de outubro de 2011
Como está a velha EUROPA do SUL!!!...
No último dia 12 de Março a Itália festejava os 150 anos de sua criação, ocasião em que a Ópera de Roma apresentou a ópera Nabuco de Verdi, símbolo da unificação do país, que invocava a escravidão dos Judeus na Babilónia, uma obra não só musical mas também, política à época em que a Itália estava sujeita ao império dos Habsburgos (1840).
Sylvio Berlusconi assistia, pessoalmente, à apresentação, que era dirigida pelo maestro Ricardo Mutti. Antes da apresentação o prefeito de Roma, Gianni Alemanno - ex-ministro do governo Berlusconi, discursou, protestando contra os cortes nas verbas da cultura, o que contribuiu para politizar o evento.
Como Mutti declararia ao TIME, houve, já de início, uma incomum ovação, clima que se transformou numa verdadeira "noite de revolução" quando sentiu uma atmosfera de tensão ao se iniciar os acordes do coral "Va pensiero" o famoso hino contra a dominação. Há situações que não se pode descrever, mas apenas sentir; o silêncio absoluto do público, na expectativa do hino; clima que se transforma em fervor aos primeiros acordes do mesmo. A reacção visceral do público quando o coro entoa - "Ó minha pátria, tão bela e perdida Ao terminar o hino os aplausos da plateia interrompem a ópera e o público se manifesta com gritos de "bis", "viva Itália", "viva Verdi".
Não sendo usual dar bis durante uma ópera, e embora Mutti já o tenha feito uma vez em 1986, no teatro La Scala de Milão, o maestro hesitou pois, como ele depois disse: "não cabia um simples bis; havia de ter um propósito particular".
Dado que o público já havia revelado seu sentimento patriótico fez com que o maestro se voltasse no púlpito e encarasse o público, e com ele o próprio Berlusconi.
Fazendo-se silêncio, pronunciou-se da seguinte forma, e reagindo a um grito de "longa vida à Itália" disse RICCARDO MUTTI:
"Sim, longa vida à Itália mas... [aplausos]. Já não tenho 30 anos e já vivi a minha vida, mas como um italiano que percorreu o mundo, tenho vergonha do que se passa no meu país. Portanto aquiesço ao vosso pedido de bis para o Va Pensiero. Isto não se deve apenas à alegria patriótica que senti em todos, mas porque nesta noite, enquanto eu dirigia o côro que cantava "Ó meu pais, belo e perdido", eu pensava que a continuarmos assim mataremos a cultura sobre a qual assenta a história da Itália. Neste caso, nós, nossa pátria, será verdadeiramente "bela e perdida". [aplausos retumbantes, inclusive dos artistas da peça] Reina aqui um "clima italiano"; eu, Mutti, me calei por longos anos.
Gostaria agora...nós deveríamos dar sentido a este canto; como estamos em nossa casa, o teatro da capital, e com um coro que cantou magnificamente e que é magnificamente acompanhado, se for de vosso agrado, proponho que todos se juntem a nós para cantarmos juntos."
Foi assim que Mutti convidou o público a cantar o Coro dos Escravos. Toda a ópera de Roma se levantou... O coral também se levantou. Vê-se, também, o pranto dos artistas.
quinta-feira, 20 de outubro de 2011
Se o caso não fosse tão dramático… até parecia uma anedota!...
Os portugueses vivem hoje num país nórdico: pagam impostos como no Norte da Europa; têm um nível de vida como no Norte de África. Como são um povo ao qual é difícil agradar, ainda se queixam. Sem razão, evidentemente.
A campanha eleitoral foi dominada por uma metáfora, digamos, dietética: o Estado era obeso e precisava de emagrecer. Chegava a ser difícil distinguir o tempo de antena do PSD de um anúncio da Herbalife. "Perca peso orçamental agora! Pergunte-me como!" O problema é que, ao que parece, um Estado gordo é caro, mas um Estado magro é caríssimo. Aqueles que acusavam o PSD de querer matar o Estado à fome enganaram-se. O PSD quer engordá-lo antes de o matar, como se faz com o porco. Ninguém compra um bácoro escanzelado, e quem se prepara para comprar o Estado também gosta mais de febra do que de osso.
Embora o nutricionismo financeiro seja difícil de compreender, parece-me que deixámos de ter um Estado obeso e passámos a ter um Estado bulímico.
Pessoalmente, preferia o gordo. Comia bastante mas era bonacheirão e deixava-me o décimo terceiro mês (o atual décimo segundo mês e meio, ou os décimos terceiros quinze dias) em paz.
Enfim, será o preço a pagar por viver num país com 10 milhões de milionários. Talvez o leitor ainda não tenha reparado, mas este é um país de gente rica: cada português tem um banco e uma ilha. É certo que é o mesmo banco e a mesma ilha, mas são nossos. Todos os contribuintes são proprietários do BPN e da Madeira. Tal como sucede com todos os banqueiros proprietários de ilhas, fizemos uma escolha: estes são luxos caros e difíceis de sustentar. Todos os meses, trabalhamos para sustentar o banco e a ilha, e depois gastamos o dinheiro que sobra em coisas supérfluas, como a comida, a renda e a electricidade.
Felizmente, o governo ajuda-nos a gerir o salário com inteligência. Pedro Passos Coelho bem avisou que iria fazer cortes na despesa. Só não disse que era na nossa, mas era previsível. A nossa despesa com alimentação, habitação e transportes está cada vez menor. Afinal, o orçamento gordo era o nosso. Agora está muito mais magro, elegante e saudável. Mais sobra para o banco e para a ilha.
Sem dinheiro... nem saúde!...
Vamos sentir sem dúvida uma maior pressão sobre os profissionais que trabalham nos hospitais, que têm que prestar cuidados em situações em que existe falta de dinheiro, e podemos assistir a doentes que não chegam a ser tratados por falta de recursos financeiros", admitiu João Pereira, director da Escola Nacional de Saúde Pública ( ENSP), referindo-se às consequências das medidas propostas no Orçamento do Estado para 2012.
Para João Pereira, não está em causa o desaparecimento formal do Sistema Nacional de Saúde (SNS), contudo, refere, que as medidas actuais "são de tal forma fortes" que "dentro de quatro ou cinco anos" o sistema será muito diferente do actual.
"Isto leva-me a crer que em termos formais continuaremos a ter um Serviço Nacional de Saúde pago através de impostos, mas que deixará de ser tendencialmente gratuito no ponto de consumo, para ter uma comparticipação cada vez maior dos cidadãos", defendeu, sublinhando que se está a assistir "a uma enorme descapitalização do sistema público de saúde".
Para o director da ENSP, as alterações ao SNS vão trazer "dificuldades de acesso a cuidados de qualidade", o que levará "as pessoas a procurar outro tipo de cuidados, ou se não tiverem essa possibilidade, a adiar o consumo de cuidados quando tiverem situações clínicas mais onerosas para tratar".
Segundo João Pereira, a contribuir para o decréscimo de qualidade nos serviços do SNS estará o facto de vários profissionais de saúde poderem trocar o serviço público pelo sector privado.
quarta-feira, 19 de outubro de 2011
O que o homem disse... e o que ele está a fazer!
E não venha dizer que não sabia... porque ele participou na aprovação de vários OE.
São desculpas... falsas e hipócritas!...
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Nicolau Santos: Uma raiva a nascer-me nos dentes
segunda-feira, 17 de outubro de 2011
Mas será que todos os indignados do Mundo estão errados?
"Doendo a verdade bem mais do que punhos acertados na face, resta algo sem resposta objectiva: como foi possível chegar-se ao actual ponto?
As elites liderantes exercitaram durante décadas a Mentira. Multiplicaram o Dia da Mentira por semanas, meses e anos seguidos. Hipotecaram o presente e deixam um rasto de dívida às gerações futuras. Fizeram-no, porém, legitimadas pelo exercício do voto democrático dos portugueses. A punição política, e só essa, é um desconto da treta na factura da irresponsabilidade."
Depois de no sábado termos assistido a uma contestação generalizada, em quase todo o Mundo, será que os políticos ainda não entenderam a mensagem? Este conluio entre o poder político e o poder económico tem de acabar. E ou tomam medidas de verdadeira justiça social e económica ou sofrerão as consequências num futuro muito breve.
"Quando já se perdeu tudo... nada mais há para perder!..." - lembrem-se disso. Não nos venham "vender a banha da cobra" como o têm feito até agora. A corda já não estica mais...
domingo, 16 de outubro de 2011
Militares avisam Governo que estão com a população contra a austeridade
Militares admitem endurecer as manifestações de descontentamento e já marcaram um encontro nacional para 22 de Outubro.
Rita Paz com foto de Paula Nunes
14/10/11 19:25
A Associação Nacional de Sargentos (ANS) reagiu hoje às novas medidas de austeridade anunciadas ontem pelo Governo e que vão fazer parte do Orçamento do Estado para 2012.
Ao Económico, O presidente da ANS diz que "já há muito tempo" que os militares estão "a preparar uma série de iniciativas". E "se alguma dúvida existia na mente dos mais crédulos, as afirmações de Passos Coelho deitaram abaixo qualquer dúvida".
António Lima Coelho lembra que "há meses atrás, na oposição, Passos Coelho disse a Sócrates, na altura primeiro-ministro, que cortar nos subsídios era um disparate" e acrescenta: "Nós temos de ter memória, não podemos continuar a ser adormecidos com conversas bem ditas".
Por isso, no próximo dia 22, oficiais, sargentos e praças vão realizar um encontro nacional. "E este não é um encontro que se encerra em si mesmo, dado que poderão ser encontrados outros caminhos, quer sejam de demonstração de mau estar quer sejam de reiterar a disponibilidade para com quem está no poder de encontrar soluções para todas as partes", sublinha António Lima Coelho.
É que, segundo o responsável, as novas medidas de austeridade anunciadas ontem por Passos Coelho, "põem em causa os direitos constitucionais e inclusive de soberania" do país, sendo que "o corte dos subsídios é um agravamento de uma situação que já era muito difícil".
"As revoluções não se anunciam"
António Lima Coelho admite que "para o cidadão comum é muito difícil não conseguir cumprir os seus compromissos, mas para um militar que está obrigado a cumprir com as leis da República é muito mais grave".
Os militares garantem assim que "estão ao serviço do povo português e não de instituições particulares", e avisam: "Que ninguém ouse pensar que as Forças Armadas poderão ser usadas na repressão à convulsão social que estas medidas poderão provocar".
Questionada sobre um possível endurecimento dos protestos por parte dos militares, a Associação avança que "as revoluções não se anunciam, quando chegam, chegam porque têm de chegar, mas espero que a bem do Estado de direito que nunca um cenário desses se venha a pôr", conclui.
Recorde-se que no mês passado Passos Coelho fez questão de frisar, no discurso que escolheu para a sessão de encerramento das Festas do Povo, em Campo Maior, que "em Portugal, há direito de manifestação, há direito à greve. São direitos que estão consagrados na Constituição e que têm merecido consenso alargado em Portugal".
No entanto, avisou na altura o primeiro-ministro, "aqueles que pensam que podem agitar as coisas de modo a transformar o período que estamos a viver numa guerra com o Governo", quando o que existe é "uma guerra contra o atraso, a dívida e o desperdício", esses "saberão que nós sabemos dialogar, mas que também sabemos decidir".