quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O bom aluno


Lembram-se quando Durão Barroso queria ser o bom aluno da Europa? Parece que a bonomia de Guterres teria descontrolado as finanças, mas Durão e Santana Lopes, sempre à deriva, não fizeram melhor. O exemplo do bom aluno era Cavaco. Usou o dinheiro que os professores lhe deram para destruir a agricultura e as pescas, em troca dos jeeps todo o terreno e dos novos automóveis para os quais mandou construir auto-estradas. Isto para já não falar das universidades de papel e lápis e do suporte financeiro dos seus amigos, o BPN.

Sócrates e o seu ministro Teixeira dos Santos, apesar de rebeldes e de tentarem seduzir uma professora alemã, também foram bons alunos. Promoveram a Ciência e reduziram o défice para menos de 3%. Mas depois veio a crise do subprime e os professores da Europa, inspirados pelo velho plano Marshall, mandaram os países endividarem-se. E assim fizeram os bons alunos. A seguir, porém, dívidas contraídas, os professores da Europa deram-se conta de que estavam numa economia global governada por mercados usurários e mudaram de teoria: mandaram apertar o cinto.

Hoje, os professores da Europa já não se entendem, e os seus alunos não sabem por onde estudar. Por exemplo, o nosso Primeiro, que se acha o melhor aluno e quer ir além dos mestres, em vez de apertar o cinto na barriga, apertou-o no pescoço. E, ironia do destino, também Durão Barroso já é professor da Europa. Defende a taxa Tobin e os eurobonds. O problema é que ninguém lhe liga.

J.L. Pio Abreu

Imagem retirada do blog "We Have Kaos in the Garden".

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