terça-feira, 22 de novembro de 2011

Eles aí estão de novo...


Estudantes iranianos manifestam apoio ao programa nuclear do país e protestam contra Washington (AFP/Arquivo)

O Governo russo criticou veementemente o novo pacote de sanções contra o Irão adoptado pelos Estados Unidos, Reino Unido e Canadá considerando “inaceitáveis” aquelas medidas – que visam isolar o regime de Teerão do sistema financeiro internacional e condicionar a indústria petroquímica do país.

Em tom duro, o ministério russo dos Negócios Estrangeiros avalia que estas novas sanções vão mesmo “pôr seriamente em risco” uma possível retoma das negociações com o Irão sobre o seu controverso programa nuclear – que o Ocidente teme que se destine à construção de armamento atómico. Teerão argumenta que tem apenas por objectivo a produção de energia e a investigação médica.

“Voltamos a sublinhar que a Federação Russa considera estas medidas extraterritoriais inaceitáveis e contraditórias da lei internacional”, indicou um porta-voz do ministério, Alexander Lukashevich, reiterando a oposição há muito assumida pela Rússia às sanções que são aprovadas fora do Conselho de Segurança das Nações Unidas, no qual Moscovo tem poder de veto.

A Rússia deu na semana passada sinais de acordo a um relatório da Agência Internacional de Energia Atómica, organismo da ONU, onde eram expressas as preocupações crescentes da comunidade internacional sobre o programa nuclear iraniano. Mas, sublinhou Lukashevich, Moscovo tem uma visão “completamente diferente” do Ocidente sobre como conquistar a cooperação de Teerão neste dossier.

Ontem, os Estados Unidos declararam o Irão uma zona “principal de lavagem de dinheiro” – medida que visa dissuadir os bancos não norte-americanos de negociarem com o regime de Teerão – e fizeram entrar na “lista negra” mais 11 entidades consideradas suspeitas de ajudarem ao desenvolvimento das ambições atómicas do Irão.

Ao longo do mesmo dia, também o Reino Unido anunciou que o país cortou os laços com os bancos iranianos, o que se traduz numa interdição de todas as instituições financeiras e de crédito negociarem com bancos iranianos. E o Canadá, por seu lado, proibiu as exportações para as indústrias iranianas do gás e do petróleo, não aplicável porém a contratos firmados antes desta terça-feira.

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