quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

“Poupar” também já é o verbo de maior sucesso na classe média .

Um dia na vida de uma professora. Faz diariamente 120 quilómetros para dar aulas. Não acelera para poupar combustível, leva o almoço de casa e quando cumpre as dez isenções na A23, foge das portagens e vai pelas nacionais. “Poupar” é, mesmo, o verbo da moda.

“EU POUPO”. Primeira pessoa do presente do indicativo do verbo “Poupar”.

Sim, ela poupa... E muito, porque a classe média também está no olho do furacão de uma crise em alta rotação. Do seu salário de cerca de 1.400 euros mensais, sobrarão no final do mês escassos euros. Isto se não houver uma surpresa qualquer que obrigue a uma revisão de contas. “Faço sempre o salário chegar ao fim”, ostenta.

Sem luxos, porque a conjugação do verbo “poupar” é exercício que vai aprumando diariamente. Esquecendo o futuro, onde ficarão reféns o 13.º e o 14.º mês de salário, é no presente do indicativo que o verbo se vai tornando um verdadeiro hit nacional, também junto da classe média.

Uma professora foi desafiada pelo JF para nos abrir a cortina do seu quotidiano na aurora de 2012. Apresentamos Ana Isabel Cavalheiro, 42 anos, residente em Castelo Branco e professora de Português/Inglês na Escola EB 2,3 de Silvares, onde está efectiva desde 2005. É uma cidadã que se enquadra na perfeição naquele quadro onde mora a chamada classe média. Tem a seu cargo duas filhas, uma de 13 anos e outra de dois anos.

O salário tem que dar para o empréstimo bancário que contraiu para adquirir habitação própria, para os seguros, para a alimentação, para o vestuário, para o combustível da viatura que a transporta 120 quilómetros por dia entre a sua casa e o emprego e muitas outras contas que, como sabemos, nos vão chegando via postal.

Por: Nuno Francisco

Nota: O País Real...

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