Quase ao mesmo tempo em que o Presidente Cavaco se queixava que as suas reforma e pensões (qualquer coisa como dez mil euros) não lhe chegavam para as despesas, o Anuário do Instituto Nacional de Estatística (INE) desocultava números que mostram que “Portugal é o que regista maior risco de pobreza nos países da União Europeia”.
Já se sabia que o abismo das desigualdades, o jogo das disparidades entre ricos e pobres, era uma imagem triste de Portugal. Já se sabia que meio milhão de portugueses vive com o salário mínimo ou menos. Já se sabia que o desemprego atinge qualquer coisa como 700 mil pessoas. Já se sabia que a fragilidade social e a ausência de horizontes de vida estão a minar o coração das pessoas e das famílias. Já se sabia tudo isto e que o limiar da pobreza é uma linha que envolve qualquer coisa como dois milhões de pessoas.
Pois bem, é num quadro de tamanha indigência social, é num país que volta a ter pobreza mansa e onde a fome se faz fantasma da vida de muita gente, que o Presidente da República vem com a sua lamúria das dificuldades pessoais. Ouvindo isto e sabendo tudo o resto, apetece perguntar: que raio de país é este?
Fernando Paulouro Neves
Nota: Assino por baixo.
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