sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Confiança dos consumidores e das empresas volta a bater mínimo histórico .


Os Inquéritos de Conjuntura às Empresas e aos Consumidores, hoje divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que o indicador de confiança dos consumidores atingiu em Dezembro um novo mínimo histórico, estando em queda desde Setembro. Mas a tendência é que se venha a deteriorar ainda mais este ano, pelo menos a julgar pelos inquéritos às perspectivas dos consumidores para os próximos 12 meses. De acordo com o INE, as expectativas quanto à evolução da situação financeira do agregado familiar e à situação económica do país estão ao nível mais baixo desde que o instituto tem registo dos dados, ou seja, desde Novembro de 1997. Os consumidores acreditam que o desemprego vai continuar a subir e, a este nível, as perspectivas são também as mais negras de sempre. As medidas de austeridade previstas para este ano, com destaque para as alterações no IVA e para os cortes nos subsídios de férias e de Natal de funcionários públicos e pensionistas, deverão degravar ainda mais a confiança dos consumidores e provocar uma quebra do consumo, que empurrará a economia para a recessão. Os inquéritos do INE mostram, também, que a crise está a atingir a confiança das empresas, o que deverá reduzir o investimento e, consequentemente, prejudicar também o desempenho do PIB. Em Dezembro, o indicador de clima económico voltou a diminuir significativamente, atingindo um novo mínimo histórico. A confiança das empresas está a descer desde Outubro de 2010. Sentimento económico deteriora-se na UE e zona euro A quebra de confiança não é exclusiva de Portugal. Os inquéritos hoje divulgados pela Comissão Europeia mostram que o indicador de sentimento económico, que mede a confiança das empresas e dos consumidores, voltou a recuar em Dezembro. A queda foi de 0,8 pontos na União Europeia (UE) e de 0,5 pontos na zona euro e é o resultado do enfraquecimento crescente da área dos serviços e da construção, bem como dos consumidores. Já na indústria a confiança das empresas manteve-se estável, enquanto o comércio a retalho melhorou no índice de sentimento económico. As maiores quedas foram registadas na Polónia (-5 pontos), na Itália (-4,6) e em Espanha (-1,3), enquanto a Alemanha e a Holanda foram os mais que mais viram melhorar a confiança dos agentes económicos: 1 e 0,8 pontos, respectivamente. No caso de Portugal, os inquéritos da Comissão apontam para uma melhoria do sentimento económico em Dezembro. Contudo, os números de Bruxelas são mensais, enquanto os do INE, que revelam um agravamento da confiança dos consumidores e das empresas, são médias mensais dos últimos três meses.
Nota: Mas ainda há alguém que se surpreenda?

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