A empresa chinesa, que se tornará o maior accionista da empresa, avançará com três projectos de investimento conjunto em linhas de transmissão de electricidade no Brasil. E vai criar duas joint ventures em Angola e Moçambique, detidas em partes iguais pelos portugueses e chineses.
A State Grid pagou 2,9 euros por acção, ou seja, um prémio de 40% face à cotação do dia anterior à apresentação das propostas, que estava em 2,072 euros, totalizando 287,15 milhões de euros. O seu vice-presidente, Shu Yinbiao, já se manifestou “feliz” com a aquisição.
Já a Oman Oil Company pagou 2,56 euros por acção, o que representa um prémio de 23,6%, no total de 205,06 milhões de euros.
A diferença de preços reflecte a maior participação da State Grid e a maior presença que a empresa terá nos órgãos sociais da eléctrica. Já no caso da Oman Oil, ainda segundo a governanta, trata-se de um “investimento estratégico de cariz mais financeiro”. As duas compradoras comprometeram-se a manter a sede da REN em Portugal
A opção pelos chineses sempre foi defendida pelos accionalistas de referência da Rede Energética Nacional, a empresa que transporta a energia dentro do país. A entrada da State Grid é considerada valor acrescentado para a REN, possibilitando, em contrapartida, a abertura do mercado chinês a investimentos portugueses. A State Grid prevê ainda um financiamento de mil milhões de euros pelo China Development Bank à REN.
O Estado fica ainda com 11% da rede, que serão alienados numa Oferta Pública de Venda (OPV). Mas sobre o calendário desta operação, a secretária de Estado não avançou quaisquer detalhes, dizendo que está dependente das condições de mercado.
Recorde-se que, numa primeira fase, chegou a estar prevista a venda de 51% da empresa, mas o governo acabou por decidir vender apenas 40% desta forma, reservando os restantes 11% para investidores institucionais.
Numa declaração escrita, José Maria Ricciardi, presidente do BESI, que assessorou a State Grid, classificou a operação de “grande êxito”, acrescentando que “esta decisão vem demonstrar que nas privatizações, como em tantos outros aspectos, Portugal é diferente da Grécia”.
O gestor acrescenta que a operação é o segundo grande êxito do programa de privatizações português num curto espaço de tempo (primeiro foi a EDP). E mostra que desta forma nos distanciamos de outros estados-membros da zona euro com problemas de dívida soberana “que têm sido incapazes de prosseguir o seu programa de privatizações”.
As duas empresas são classificadas por José Maria Ricciardi “de primeira linha a nível mundial”, pelo que o seu interesse na REN é um sinal de “reconhecimento” da economia nacional.
Nota: Uma lança na... Europa!...
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