sábado, 16 de junho de 2012

Hay alternativas!

O famoso investigador espanhol Vicente Navarro, que trabalhou 40 anos na John Hopkins University, acaba de ter o livro Hay alternativas: Propuestas para crear empleo y bienestar en España censurado pelas críticas que faz à situação económico-social da Espanha e da UE. O livro, elaborado em co-autoria com os economistas Juan Torres López e Alberto Garzón Espinosa e com prefácio de Noam Chomsky, estava pronto para ser lançado mas a editora Aguilar arrependeu-se e decidiu abortar o lançamento. Diante disso, os autores resolveram fazer uma carta-denúncia pública e divulgar o livro gratutitamente através da Internet. O livro pode ser descarregado aqui (224 pgs., 1,7 MB): Hay alternativas (clique com o botão direito do rato e faça Save As...).

Algumas das afirmações contidas no livro:

- que a crise mundial é terrorismo financeiro.

- que a Espanha é o único país da OCDE onde os salários reais não cresceram nos últimos 15 anos.

- que não temos vivido acima das nossa possibilidade e sim que os salários estiveram abaixo das nossas necessidades.

- que há 20 anos a diferença de remunerações entre dirigentes e assalariados era 10-20 vezes superior e agora é até 100-200 vezes superior.


- que os países que estão suportando bem a crise são aqueles do Norte da Europa, onde os serviços sociais ocupam uns 25% e na Espanha só cerca de 9% e estes serviços sociais são financiados, na Suécia, com a política fiscal.

-que portanto, quando dizem que há que reduzir a despesa pública e reduzir os salários para gerar riqueza e emprego, é exactamente o contrário e isso é explicado no livro com todo o pormenor

- que a diferença entre a Suécia e a Espanha é que lá os ricos pagam os impotos e em Espanha só pagam os trabalhadores em folha de pagamento, mas que entre as grandes empresas espanholas a maioria só declara uns 10% dos seus lucros, e que as grandes fortunas só cerca de 1%. Para isso, utilizam os paraísos fiscais e outras tretas que até os bancos, seus cúmplices, os ajudam a desviar.

- que os planos de austeridade que nos impõem conduzem as economias no rumo do desastre.

- que em Espanha, com os 40 anos de ditadura, onde o poder da banca e dos empresários estava muito unido à política, ainda segue essa tendência: o poder de classe (v. pgs. 109-110).

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