Enquanto Bruxelas admite que está a preparar um plano de emergência para impedir a saída de capitais depois das eleições de domingo, a fuga de dinheiro já é uma realidade.
O presidente grego, Karolos Papoulias, já tinha avisado há tempos que a fuga de capitais estava a pôr em perigo o sistema financeiro do país e que os gregos estavam a colocar as suas poupanças no estrangeiro. Os valores já então eram verdadeiramente alarmantes.
Agora, a poucos dias das eleições legislativas, que podem dar uma vitória à esquerda, que se opõe ao segundo plano de resgate do país, a corrida aos bancos tornou-se uma verdadeira loucura. As perspectivas de a Grécia sair do euro e voltar ao velho dracma entraram mesmo na cabeça dos cidadãos, que não olham a meios para salvar as poupanças.
A loucura é total e os bancos registam levantamentos diários entre 100 e 500 milhões de euros, dados ontem revelados pela imprensa grega, citando fontes bancárias. Só em Maio, de acordo com as mesmas fontes, foram sacados dos bancos entre 5 e 6 mil milhões de euros. É neste quadro que se teme o pior no caso de o Syriza, partida da esquerda radical que promete recusar as medidas de austeridade impostas ao país pela troika da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional, formar governo.
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