segunda-feira, 18 de junho de 2012

Papandreou: "A Grécia tem de mudar de vida".


Antigo primeiro-ministro grego diz que "compensa sempre ser disciplinado", mas que isso não chega para garantir o êxito do ajustamento – nem na Grécia, nem em Portugal. É preciso que a Europa "não crie mais riscos". Diz ainda que, dentro ou fora do euro, "a Grécia tem de mudar de vida".

George Papandreou, em entrevista hoje a jornais europeus entre os quais o “Diário Económico” , diz que a saída da Grécia da Zona Euro seria o pior cenário, rejeitando comparações com o caso argentino.

“Para a Argentina romper as amarras com o dólar era uma operação fácil. Nós não estamos ligados ao euro, nós estamos no euro. Voltar ao dracma tardaria seis meses mas em dois dias íamos ter uma corrida aos bancos. Além disso, a Grécia não é uma economia tão orientada para as exportações como a Argentina. Sair do euro seria igual a hiperinflação, colapso de indústrias, 20% de quebra do PIB, 50% de corte nos salários. A Grécia tem de mudar de vida. Pode fazê-lo dentro ou fora do euro. Ponderámos tudo e a resposta não é simples, a preto e branco. Mas é seguramente mais escura fora do euro”
O antigo primeiro-ministro acrescenta que quando se fala da possibilidade da Grécia sair do euro “não é ‘bluff'” e que poderá “mesmo ser o preço a pagar para que a chanceler alemã Angela Merkeldecida salvar o euro com um salto de integração”. “A Grécia tem vindo a seguir o programa com êxito, apesar da reputação ser contrária. Há partes do programa que não estão a funcionar. Se não houver sentido comum, se tivermos ideias bonitas mas irrealistas na Grécia, tenho a certeza - não estou a falar de Portugal mas dos políticos dos países mais ricos - que dirão que temos de punir alguém. A Grécia seria um bom país para punir. Esse discurso moralizador existe”, assegura o antigo líder dos socialistas do Pasok, partido que deverá integrar a coligação de governo com o Nova Democracia, vencedor das eleições de ontem.

Nota: Lembra-me a canção: “Ou tás quietinho e caladinho ou levas no focinho”.

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