A população portuguesa é a mais "complacente" entre os diversos países da "zona de austeridade" na Europa, "pouco protestando" contra os cortes orçamentais ou aumentos de impostos, escreve hoje o "New York Times".
Numa reportagem feita em Portugal, com chamada à primeira página do influente diário norte-americano, o jornalista Scott Sayare relata encontros com pequenos comerciantes, com uma empresa de mobiliário a atravessar dificuldades, a Tema Home, e com o sociólogo António Barreto, entre outros.
"A avaliação de cabeça fria" feita por um pequeno comerciante de que "as coisas podiam estar piores" é "um sumário fiel da abordagem [de Portugal] à crise do euro", escreve Sayare.
Na Grécia, a austeridade "na mesma linha" da vivida em Portugal "desencadeou o caos e a fúria nas ruas de Atenas e levou à escalada do extremismo político".
Ainda assim, "a maioria das pessoas na zona de austeridade - que inclui Irlanda, Grécia e Portugal -- parece aceitar o fardo. Mesmo os irlandeses, que esporadicamente se rebelaram contra o seu governo, aprovaram o tratado fiscal da União Europeia por uma margem saudável".
"Talvez em nenhum outro lado, contudo, as pessoas estão tão submissas como em Portugal. Mês após mês, o governo implementou cortes orçamentais, aumentos de impostos e leis laborais mais flexíveis exigidas pelos seus credores internacionais, com poucos protestos dos portugueses", escreve o jornalista do "New York Times".
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